O regresso da I Liga esta quarta-feira torna Portugal no 15.º país europeu a reatar as competições futebolísticas em plena pandemia de COVID-19, numa tendência com aceitação diferenciada nos campeonatos do ‘big five’.

No plano de desconfinamento face ao novo coronavírus, o Governo autorizou a realização à porta fechada dos 90 jogos da principal prova do futebol nacional, suspensa desde 12 de março, cujo calendário vai encerrar uma pausa de 83 dias, trazendo o FC Porto na liderança, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica.

Os dois rivais ainda terão de disputar a final da Taça de Portugal, em data e local a designar, para culminar uma época atípica no desporto luso, em que as modalidades de pavilhão optaram pelo desfecho antecipado das competições, enquanto o Governo permitiu desportos individuais ao ar livre e excluiu a continuidade da II Liga de futebol.

Portugal reinicia o campeonato no mesmo dia da Albânia, seguindo no encalço de Arménia, Hungria e República Checa (23 de maio), Dinamarca (dia 28), Polónia (29), Croácia, Israel, Lituânia e Sérvia (30), Montenegro (01 de junho) e Áustria (02), após os regressos consumados nas Ilhas Faroé (09 de maio), Alemanha (16) e Estónia (19).

Se o arquipélago autónomo da Dinamarca autorizou a presença condicionada de público nos estádios a partir de 16 de maio, os bálticos vão limitar a assistência a 1.000 adeptos em julho, ao contrário dos germânicos, cujas nove jornadas finais decorrem à porta fechada, menorizando o silêncio das bancadas com o eco dos jogadores.

A Alemanha foi o único país das cinco Ligas europeias de topo que já resgatou os jogos da reta final da temporada 2019/20, numa altura em que os clubes espanhóis, ingleses e italianos procuram fazer o mesmo.

A refletir no arranque da próxima época já estão os emblemas franceses, depois de terem assistido à conclusão prematura do futebol profissional em 30 de abril, com campeões declarados, vagas europeias definidas e aplicação do regime de subidas e descidas, desfecho verificado mais tarde na Bélgica (15 de maio) e na Escócia (dia 18).

Os Países Baixos foram a primeira nação europeia a apressar o fim das provas, em 24 de abril, sem títulos, promoções e despromoções, tal como Gibraltar (07 de maio), ao passo que as Ligas de Luxemburgo (28 de abril) e do Chipre (15 de maio) irão sofrer um alargamento transitório em 2020/21, em função da existência de clubes promovidos.

Além de Portugal, Bulgária e Eslovénia (dia 05), Turquia (12) e Rússia (21) também apontaram o reinício dos campeonatos entre o final da primavera e o início do verão, intercalando com o arranque atrasado da temporada na Islândia (13 de junho), Noruega (dia 16) e Finlândia (01 de julho), sempre com um número limitado de intervenientes.

Panorama idêntico deu-se na Coreia do Sul, ao principiar a época em 08 de maio com jogos à porta fechada, calendários reduzidos, uso massivo de máscara e sucessivas baterias de testes de despistagem ao novo coronavírus, responsável pela pandemia de COVID-19, que aportou consequências sem precedentes na história do desporto.

Excetuando a resistência de Bielorrússia, Burundi, Nicarágua, Taiwan e Turquemenistão, quase todos os campeonatos pararam desde meados de março por causa do surto viral detetado em dezembro na China, onde o futebol continua sem retoma oficializada, à semelhança de Brasil, Estados Unidos, Grécia, Roménia, Suécia, Suíça ou Ucrânia.

Numa temporada marcada pelo adiamento por um ano do Euro2020 e da Copa América de seleções, a Nova Zelândia tornou-se o primeiro país a atribuir o título de forma prematura (19 de março), medida replicada mais tarde pela Argentina (27 de abril), em sentido inverso ao México (22 de maio), que congelou subidas e descidas por cinco anos.

Menos nítidos permanecem os contornos sobre o desenlace da Liga dos Campeões e da Liga Europa, que deixaram pendentes as eliminatórias dos oitavos de final e têm finais apontadas para Istambul e Gdansk, na Turquia e na Polónia, respetivamente, podendo vir a adotar a hipótese temporária das cinco substituições em três momentos do jogo.

A medida foi autorizada pela FIFA em 08 de maio, após a concordância do Internacional Board, e começou a ser experimentada na Alemanha, respondendo às advertências médicas relacionadas com possíveis lesões e desgaste muscular dos jogadores, que estiveram inativos desde a declaração de pandemia, em 11 de março.