Portugal foi o país que mais futebolistas profissionais recebeu em 2022, revela FIFA. É a primeira vez que o nosso país domina esta tabela que engloba as as 211 federações filiadas naquela instituição.
Ao todo, foram contratados 901 futebolistas pelas diferentes equipas nacionais no ano passado. No total global, 17.291 jogadores, de 183 diferentes nacionalidades, foram transferidos em 2022.
"Pela primeira vez, os clubes portugueses efetuaram mais contratações do que qualquer outra associação, com um total de 901 durante 2022. O Brasil, em contrapartida, foi o que transferiu mais para fora do país, com um total de 998", indica o estudo da FIFA.
O relatório global de transferências revela um aumento de 11,6% face a 2021, para um total de 20.209 transações internacionais, mostrando Portugal como o quinto país que mais dinheiro recebeu, com 532,6 milhões de euros (ME), valor convertido de dólares ao câmbio de hoje, e o nono que mais pagou, com 160,5 ME.
De acordo com o relatório anual da FIFA, 'Global Transfer Report', mais de 20 mil futebolistas profissionais do sexo masculino mudaram de clube e foram transferidos durante o ano de 2022, o que constitui um recorde.
Estes números constituem "um aumento de 11,6 por cento comparado com 2021 e até superior ao período pré-pandemia do Covid-19", revela o organismo.
No total, a FIFA registou e validou 71.002 transferências de jogadores, sendo que 21.764 eram futebolistas profissionais de ambos os sexos.
Futebol amador e feminino em crescendo
No futebol não profissional, 49.238 jogadores(as) amadores(as) mudaram de clube. Para ilustrar a dimensão global do futebol, a FIFA detalha que 204 das 211 federações filiadas no organismo registaram, no mínimo, uma transferência internacional em 2022.
A Ucrânia domina neste aspeto. A guerra, iniciada há 11 meses, levou a fuga de milhões de pessoas, entre eles milhares de futebolistas amadores que tiveram de encontrar novas equipas nos países de acolhimento para a prática da modalidade
"A Ucrânia foi, de longe, o país com mais transferências internacionais no futebol amador, com 5.910 transferências, mais 60 por cento do que as 3.661 registadas pela França, o segundo país com mais transferências no futebol amador em 2022", pode-se ler no relatório.
No futebol feminino houve um aumento de 19 por cento de jogadoras transferidas no ano passado, em relação a 2011. A FIFA explica que o número de transferências internacionais no futebol feminino quase que duplicou em quatro anos, desde 2018. O número de clubes envolvidos em transferências de jogadoras disparou 22 por cento, de 410 em 2021 para 500 em 2022.
Portugal nas transferências mais caras
Em 2022, registou-se um total de 6500 mil milhões de dólares [7 mil milhões de euros] em transferências, um aumento de 33,5 por cento comparado com 2021.
Entre os mais gastadores, está a Inglaterra, sem qualquer surpresa. Os clubes ingleses gastaram dois mil milhões e 24 milhões de euro, mais de três vezes mais do que qualquer outro país, em 2022. A Itália aparece no segundo lugar mas com apenas 617 milhões de euros gastos.
As 10 transferências mais caras foram responsáveis por 12,5% de todo o dinheiro envolvido na transação de jogadores e seis deles foram realizados por clubes ingleses. No entanto, a transferência mais cara foi realizada em Espanha, onde o Real Madri pagou 100 milhões de euros (20 dos quais serão medidos em objetivos adicionais) ao Mónaco por Aurelien Tchouaméni.
A contratação do uruguaio Darwin Nuñez pelo Liverpool rendeu ao Benfica 75 ME (podendo atingir 100 ME) e apenas foi superada na mudança do francês Tchouaméni do Mónaco para o Real Madrid (80 ME, podendo atingir 100 ME), enquanto o colombiano Luis Díaz, transferido do FC Porto para o Liverpool por 45 ME (podendo atingir 60 ME), protagonizou o nono negócio mais volumoso.
A lista integra, além de Darwin, Luiz Diaz e de Aurelien Tchouameni, os brasileiros Antony (do Ajax para o Mancehster United) e Casemiro (do Real Madrid para o Manchester United), o neerlandês Matthijs de Ligt (da Juventus para o Bayern de Munique), o espanhol Ferran Torres (do Manchester City para o Barcelona), o avançado norueguês Erling Haaland (do Borussia de Dortmund para o Manchester City), o ponta-de-lança sueco Alexander Isak (da Real Sociedad para o Newcastle) e o brasileiro Raphinha (do Leeds para o Barcelona).
O ‘top 10’ das transferências movimentou 12,5% do valor global despendido no ano passado e seis delas foram protagonizadas por clube ingleses, contribuindo para colocar os clubes deste país na liderança destacada dos que mais investiram no reforço dos plantéis, com 2.024,3 ME gastos.
Seguiu-se a Itália, com 619,7 ME, e a Espanha, com 545,1 ME, enquanto Portugal ficou no nono lugar desta classificação, com 160,5 ME, num período em que foram movimentados 6.000 ME, mais 33,5% do que em 2021, mas ainda longe do recorde de 2019 (7.350 ME), último ano antes da pandemia.
Portugal é o quinto país que mais dinheiro recebeu (532,6 milhões de euros), atrás de França (681,2 ME), Alemanha (588,2 ME), Itália (568,6 ME) e Inglaterra (552,7 ME), apesar de contar com duas transferências entre as 10 mais valiosas.
O país que mais jogadores exportou foi, sem surpresas, o Brasil, com um total de 998 transferências de jogadores para clubes de outros países. O Brasil ‘enviou’ 338 jogadores para Portugal, o maior fluxo de transferências entre dois países, bastante superior ao segundo mais volumoso, em sentido inverso (de Portugal para o Brasil), num total de 166, que ajudou a fazer dos clubes nacionais os quartos principais ‘exportadores’, com 677 atletas, apenas atrás de brasileiros (998), ingleses (836) e espanhóis (778).
*Com Lusa
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