Dezenas de benfiquistas festejaram o título de campeão nacional num dos mais emblemáticos espaços de restauração de Luanda, a Casa 70, por entre as saudades de casa nos portugueses que se estreiam nas comemorações longe de casa.
"É a primeira vez que festejo fora, estou cá só há seis meses. É muito complicado de gerir porque além de ser do Benfica são as saudades de casa, da família, dos amigos, que batem mais. Não é fácil", contou à Lusa Luís Ramos, um piloto português de 32 anos agora a trabalhar em Angola.
Em pleno coração do bairro Vila Alice, a Casa 70 foi pequena para receber os adeptos benfiquistas, angolanos e portugueses, que pretendiam assistir, pela transmissão televisiva, ao decisivo jogo em Guimarães, a generalidade equipada a rigor, formando uma espécie de estádio em miniatura em que nem os constantes cânticos faltavam.
Ao fim de três semanas em Luanda, a portuguesa Joana Sampaio, de 26 anos, que trabalha em Angola numa empresa de construção civil, não escondia a satisfação com a vitória, também a primeira festejada fora de casa, quando as saudades de casa começam a vir ao de cima.
"É um prémio maravilhoso estar longe do meu país e continuar a festejar com o meu Benfica. Não podia estar mais contente, não tenho palavras. É uma forma de nos mantermos ligados à nossa terra", confessava, enquanto os amigos se juntavam às dezenas de angolanos e portugueses que saltavam em toda a sala, entre gritos de "campeões" e "34".
Depois de mais de 90 minutos de emoção, em que o golo do Belenenses, frente ao FC Porto, foi um dos momentos altos, o dono da Casa 70, o angolano Marco Cunha, era dos mais emocionados.
"Sinto-me muito feliz, sou um grande benfiquista e agora sou bicampeão, a última vez era muito pequeno. Obrigado Luís Filipe Vieira", contou à Lusa o dono de uma espécie de casa do Benfica em Luanda, mas sobretudo um negócio de família.
Na mesma mesa, e depois de uma tarde a distribuir táticas de jogo, Carlos Correia, outro empresário angolano do ramo da restauração, rendia-se, gracejando: "Agradeço ao Belenenses, pela primeira vez. Estava difícil".
"Sou sócio há 33 anos, desde os 12, agora vou correr para ganhar mais um ano de sócio", garantia, de copo de champanhe na mão, enquanto esboçava um sorriso de satisfação, soltando a frase mais ouvida da tarde na Casa 70.
"Somos bicampeões e mais nada", atirou.
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