O “balde de água gelada” que o Valência “despejou” sobre os adeptos do Sporting no jogo de apresentação em Alvalade não põe em causa o trabalho da pré-época, as contratações efetuadas e a expetativa que estas, justificadamente, geraram.

Os novos responsáveis "leoninos" operaram um verdadeira revolução no plantel com a dispensa de 12 jogadores da época 2010/11, marcando um claro corte com o passado e o início de um novo ciclo, com a contratação do treinador Domingos

Paciência e uma dezena de reforços, onde se mesclam jovens com potencial e margem de evolução e outros mais experientes e maduros.

Este corte com o passado era inevitável, tendo em conta os erros acumulados em épocas anteriores com contratações sem critério, algumas delas dispendiosas e lesivas dos interesses do Sporting - como a de Sinama-Pongolle - e outras em que a aposta em jogadores em fim de carreira e já sem motivação competitiva, que ser revelaram um fiasco.

O Sporting parte em notória desvantagem para os rivais FC Porto e Benfica, não só por estes terem preservado a sua estrutura base e ainda se reforçado com jogadores de indiscutível valia, mas também porque Domingos terá, ao contrário de Vítor Pereira e de Jorge Jesus, de construir e consolidar uma equipa, o que requer tempo.

É neste contexto que o “desastre” frente ao Valência, que é uma equipa feita, sólida e madura, e as derrotas frente ao Málaga e Udinese no torneio Ramon Carranza devem ser enquadradas, entendidas e não valorizadas em demasia.

Os três jogos que o Sporting realizou no estágio de pré-época na Holanda, apesar da menor valia dos adversários, atestaram o excelente trabalho desenvolvido por Domingos durante esses 10 dias, durante os quais conseguiu que os jogadores assimilassem certos princípios e processos de jogo, dentro do sistema “4-1-3-2”, e os pusessem em prática de forma eficaz na competição.

A exibição e a vitória (2-1) frente à Juventus no Canadá, a seguir ao estágio holandês, foi o corolário desse trabalho, na sequência do qual se podem, desde já, retirar algumas ilações positivas, nomeadamente em relação ao valor de alguns reforços.

O médio holandês Schaars demonstrou ter todas as condições para ser o “patrão” do meio-campo, Rinaudo promete ser um trinco “à Petit dos bons tempos”, Diego Rubio um avançado que evidencia enorme potencial que Domingos tem tudo para fazer crescer e explorar, ao passo que Wolfswinkel foi menos assertivo e vai precisar, porventura, de mais tempo para se afirmar.

Por outro lado, se as recentes aquisições dos espanhóis Capel e Jeffren, dois alas de indiscutível valia, dão a Domingos mais e melhores soluções atacantes, já a defesa, que na época passada foi um dos “calcanhares de Aquiles” da equipa, suscita dúvidas e preocupações, adensadas pelas últimas prestações defensivas frente ao Valência e ao Málaga.

De resto, nos três jogos do estágio holandês, apesar da fragilidade dos adversários, foram percetíveis alguns erros básicos, que frente a equipas mais fortes, geralmente, têm consequências.

Resta saber se a experiência de Rodriguez e a incógnita que Onyewu se revela neste momento, devidamente enquadrados no modelo de jogo, poderão minimizar ou colmatar fragilidades que o eixo da defesa persiste em expor.

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