O presidente do Paços de Ferreira, Paulo Meneses, disse hoje que a direção começou a ponderar soluções para o cargo de treinador, elogiando Petit, num momento que disse ser de reflexão no clube da I Liga de futebol.
"Fomos apanhados de surpresa pela decisão do Petit e ainda estamos numa fase embrionária e a ponderar. Apenas reunimos hoje e estamos a refletir. Não temos nada em cima da mesa. Não contactámos nem fomos contactados rigorosamente por ninguém", disse Paulo Meneses, à saída de uma reunião extraordinária da direção do Paços.
O presidente do emblema pacense disse ser o momento de "refletir muito" e perceber que "muitas coisas podem não ser muito produtivas na forma como se reage", numa indireta aos adeptos mais contestatários do clube.
"Tivemos um treinador que teve uma dignidade enorme na forma como saiu. Colocou os interesses do clube à frente dos seus próprios interesses. A saída foi da iniciativa dele, tivemos uma conversa porque ele assim o quis. O que o levou a tomar a decisão foi a pressão que sentia de fora para dentro. Entendia que podia ser prejudicial para o clube. Foi a única razão que apresentou para que pudéssemos ser sensíveis ao que argumentou", recordou.
E, em relação ao jogo e ao empate 1-1 com o Portimonense, o último do técnico no clube, Paulo Meneses advogou que "terá sido provavelmente o melhor jogo da época, não da era Petit, mas de toda a época".
"Às vezes temos a tendência para esquecer a realidade orçamental do Paços de Ferreira, mas ontem [na segunda-feira] a equipa deu uma resposta fantástica. Os adeptos têm todo o direito de exigir. Não estamos numa situação de desespero, mas estou preocupado. Estamos empenhados para encontrar soluções que nos deem garantias, mas os adeptos devem estar unidos. Este é um momento de reflexão, sobre o que é o momento atual, mas não podemos deixar de pensar que devemos tomar decisões com consciência", afirmou.
O presidente pacense negou ainda qualquer contacto com treinadores, nomeadamente com Pedro Emanuel, cuja presença no jogo com o Portimonense disse desconhecer, assegurando que, até ser encontrado o sucessor de Petit, "o plantel está a ser orientado pelos restantes elementos da técnica", nomeadamente Filipe Anunciação e Luís Bispo.
O Paços de Ferreira, na 16.ª posição, dois pontos acima da zona de despromoção, tornou-se na segunda-feira no primeiro clube a mudar duas vezes de treinador na edição 2017/18 da I Liga portuguesa de futebol, depois de Petit, que rendera Vasco Seabra à nona jornada, ter apresentado a demissão, mas não foi caso único na história recente do clube.
Em 2013/14, na época seguinte ao terceiro lugar e respetiva qualificação para o ‘play-off' de acesso à Liga dos Campeões, o Paços iniciou a época com Costinha, mais tarde substituído por Henrique Calisto, mas seria Jorge Costa a acabar a temporada e a confirmar a permanência da equipa na I Liga, após um ‘play-off’, a duas mãos, diante do Desportivo das Aves, então na II Liga.
A saída de Petit do Paços, num registo marcado por uma vitória, dois empates e sete derrotas, entre jogos do campeonato [sete] e Taça da Liga, é a sexta na presente edição do campeonato e a primeira desde a 10.ª jornada, quando Manuel Machado foi substituído por Sérgio Vieira à frente do Moreirense, após a derrota por 3-0 no terreno do Belenenses, à 10.ª jornada, que deixava os ‘cónegos' na penúltima posição.
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