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Dirigente diz que se tratam de «medidas avulsas e fantasiosas».
O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), Silveira Ramos, contestou hoje o alargamento da Liga, aprovado segunda-feira em Assembleia Geral dos clubes, considerando-o “uma medida avulsa e baseada em fantasias”.
“Não tenho nada contra o alargamento ou o encurtamento, mas enquanto não se fizerem estudos e propostas concretas, que resolvam os grandes problemas do futebol português, não me parece boa ideia”, afirmou à Agência Lusa o dirigente, que frisou não veicular, com estas declarações, qualquer posição da sua direção.
A ANTF irá refletir dia 26, em Assembleia Geral, sobre a proposta de alargamento de 16 para 18 clubes no campeonato principal, aprovada em reunião magna da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Porém, Silveira Ramos chamou a atenção para “estudos que não foram feitos” e para “as pessoas que continuam a sustentar matérias baseadas em fantasias, quando a esmagadora maioria dos clubes profissionais vive situações de incumprimento [fiscal e contratual]”.
“Não podemos basear as opiniões de alargamento ou encurtamento com dados fantasiosos”, sustenta o dirigente associativo, que sublinhou não contestar “que se estude o tipo de competição que deve existir em Portugal”
Porém, ressalva, esse estudo “deve ser feito com profundidade e com cuidados especiais, e não com medidas avulsas”.
“As pessoas continuam a viver de preconceitos e não de uma análise objetiva e fundamentada das matérias relacionadas com os calendários competitivos”, afirmou a propósito do que considera ausência de argumentos para a decisão a favor do alargamento.
Segundo Silveira Ramos, “têm de haver garantias de cumprimento do que é necessário para o licenciamento dos clubes nas competições profissionais e só quando isso estiver garantido é que se pode saber com quantos se devem fazer as provas”.
O presidente da associação de treinadores lamenta, por outro lado, ter-se “perdido uma oportunidade para ouvir as opiniões dos vários agentes e intervenientes no futebol” sobre o alargamento.
“As opiniões não são vinculativas e, se calhar, até temos opiniões aprofundadas. Foi pena não termos dado o nosso contributo”, concluiu.
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