O comissário da PSP Sérgio Soares defendeu hoje uma postura assertiva dos maiores clubes portugueses na identificação e controlo dos adeptos mais problemáticos e explica que o número de indivíduos interditados de entrar nos estádios está "desfasado da realidade".

Em declarações à Lusa à margem da palestra "Contra a Violência no Desporto", organizada pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, na Universidade Lusíada, o responsável assegurou a colaboração de Benfica, FC Porto e Sporting, mas realça o registo de apenas 13 cidadãos impedidos de entrar em recintos desportivos, quando comparados com os cerca de 2.000 em Inglaterra.

"Poderia haver uma maior proatividade dos clubes no controlo dos seus próprios adeptos, mas essa é uma evolução que vamos tentando fazer. Os clubes são os primeiros interessados em que o evento decorra em segurança para que os estádios estejam cheios. Os clubes têm colaborado, mas pode haver uma evolução maior a esse nível", frisou.

Paralelamente, Sérgio Soares apelou a uma corresponsabilização de outras entidades associadas, "nomeadamente a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol", e um "maior incremento de ações no sentido de erradicar" potenciais focos de violência.

As constantes trocas de declarações entre dirigentes dos três ‘grandes' foram igualmente assinaladas pelo comissário da PSP, que as considerou "escusadas" e criticou pelo efeito que têm sobre os respetivos adeptos.

"Isso causa-nos problemas aquando da montagem do policiamento, porque essas palavras propagam-se para os adeptos e isso não deveria acontecer", observou, salientando ainda o impacto da corrida ‘apertada' pelo título: "Faz parte do fenómeno desportivo. É algo que foge ao nosso controlo e interfere com o nosso policiamento, mas saberemos adaptar-nos".

Confrontado com a proximidade de um clássico entre Benfica e FC Porto, dentro de cerca de três semanas, para a 30.ª jornada da I Liga, e que poderá ser potencialmente decisivo para as contas do campeonato, o responsável da PSP assumiu que a preparação já está em marcha e que a "tensão será maior" nesta partida.

"É um jogo de risco elevado. A tensão será maior, até pela classificação, a manter-se a diferença de dois pontos. Será um jogo muito importante e teremos isso em conta, mas tudo faremos e estaremos preparados", disse, sem deixar de lembrar que os recentes incidentes entre os dois clubes num jogo de basquetebol já "terá repercussões no policiamento".

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