Finalmente se viu um FC Porto... à Porto. Num prometeu ´muros na mesa` depois da derrota na Liga dos Campeões ante o Leicester e a equipa respondeu: goleada fora de portas por 4-0 ao Nacional, na melhor exibição da época, com os miúdos lá da frente a brilhar. Jota estreou-se a titular com um hat-trick, André Silva marcou e já leva cinco golos na I Liga.

O jogo

Para este jogo com o Nacional, o técnico deu a titularidade a Diego Jota, que fez dupla com André Silva, na melhor versão do 4-4-2. Não há pinheiros, não há Adrian López, o que há é muita mobilidade, muita movimentação e o defesa do Nacional aos papéis. Herrera também voltou ao onze, no lugar de André André. Otávio e Óliver foram os principais municiados do ataque, com os laterais a poderem sair com mais à vontade. O FC Porto controlou, dominou e marcou quatro golos. Podia ter marcado mais.

O golo cedo de Diogo Jota, a figura do jogo, desbloqueou o encontro para o FC Porto. Depois, as bolas foram entrando uma a bola até se chegar a goleada ainda antes do intervalo. O Nacional estava "KO", ia aqui e ali tentando um golo que o relançasse na partida mas o meio-campo tinha sido ´engolido` pelos quatro homens do FC Porto. E quando conseguia passar essa linha, os homens da frente não se entendiam. Faltava sempre qualquer coisa. Manuel Machado também teve muitas limitações para formar o onze já que não pode contar com Bolat, Vitor Garcia e Tiago Rodrigues, emprestados pelo FC Porto, e ainda mais alguns jogadores lesionados.

Os quatro golos apareceram sempre pela zona central. Aos 11, Herrera isolou Diego Jota que não perdoou perante Rui Silva. Repetiu a dose aos 38 depois de isolado por André Silva (tinha falhado um golo antes). Fez o 3-0 aos 44, de cabeça, a centro de Layún. O 4-0 é mais uma obra da sociedade Otávio-André Silva, com o jovem avançado a chegar aos cinco golos na Liga.

Momento-chave


A resistência do Nacional durou 11 minutos. Os ´dragões` encontraram sempre o caminho da baliza de Rui Silva e quase sempre pela zona central. Herrera subiu no terreno, combinou com Diogo Jota, isolou o jovem que, perante Rui Silva, rematou para a baliza, mesmo apertado por um contrário. A estratégia do Nacional caia por terra, o FC Porto ganhava tranquilidade para uma exibição sólida.

Os melhores


Com três golos na esteia a titular, Diogo Jota foi, inevitavelmente, o melhor. Mostrou frieza, algo que tem faltado a André Silva e, acima de tudo, mostrou que o 4x4x2 tem ´pernas para andar`, desde que carregado com os jogadores certos e com as movimentações certas. O guarda-redes Rui Silva foi o melhor do Nacional, tendo negado o golo ao FC Porto em várias ocasiões. Destaque para a defesa do FC Porto que voltou a não sofrer golos, apesar de alguns calafrios. André Silva voltou a marcar e já leva cinco golos na I Liga. Um pouco perdulário na frente, combinou quase sempre bem com Otávio e Diogo Jota.

Os piores


O Nacional sentiu inúmeras dificuldades para travar as ´formiguinhas` que o FC Porto tinha na frente. As rápidas movimentações de Otávio, Óliver Diogo Jota e André Silva baralharam as marcações e a defesa nacionalista nunca se encontrou. O ataque dos madeirenses também foi inconsequente. No FC Porto, há que destacar Herrera... pela negativa. Ninguém sabe o que se passa com o mexicano mas mesmo num jogo como este, dominado e controlado, o capitão de equipa conseguiu ser o pior. Falhou passes fáceis, decidiu quase sempre mal no ataque. A sua intermitência exibicional pode custar-lhe a titularidade.

Reações

Nuno Espírito Santo: "Era importante manter a ideia de jogo do primeiro ao último minuto"

Diogo Jota: "As grandes equipas não podem perder duas vezes seguidas"


Manuel Machado: "O FC Porto jogou com dois jogadores emprestados, nós não podemos"

Rui Correia: "Não vai ser este jogo que nos vai abalar"

Curiosidades

A última vez que houve quatro golos de portugueses do FC Porto, num jogo da Liga, foi há 16 anos e curiosamente fora (vitória 5-3 ao Gil Vicente).

Diogo Jota é o português mais jovem de sempre a fazer um hat-trick pelo FC Porto, na estreia como titular.

Neste século, apenas seis jogadores conseguiram fazer um hat-trick na Liga durante a 1.ª parte.

Esta foi também a 10.ª goleada do FC Porto na Ilha da Madeira em 72 jogos disputados.

Há dez meses que o FC Porto não marcava quatro ou mais golos fora de casa; foi na goleada por 5-0 frente ao Boavista.

Esta foi a 2.ª vitória do FC Porto fora de casa; não vencia desde a 1.ª jornada (3-1 ao Rio Ave).