Stephen Eustáquio deu conta, em entrevista à Sport TV, da admiração que nutre por Sérgio Conceição e da importância que este tem para o FC Porto, não poupando elogios ao técnico dos azuis e brancos pelos valores que transmite aos jogadores.

"Toda a gente sabe que quando se ouve falar em Sérgio Conceição, ouve-se falar no FC Porto. É a pessoa que representa melhor o FC Porto na nossa equipa", começou por afirmar o médio internacional canadiano.

"Ele respira FC Porto, trabalha sempre no máximo e a mudança, por vezes, nem é necessária. Até é mais fácil para nós, porque, apesar de termos tido férias, os comportamentos são os mesmos, não se perdem. Mesmo agora, que começámos a pré-época, a exigência é a mesma, ele diz o que tem a dizer e é muito bom para nós", acrescentou, congratulando-se com a continuidade de Conceição ao leme dos dragões.

Eustáquio falou também do seu papel na equipa e da transformação que levou a cabo sob as ordens do seu atual treinador. "Sempre fui um 6 e, quando passas a vida a ter certos comportamentos, a estar sempre preocupado com o processo defensivo e pouco com o ofensivo, ao haver essa transição depois de 15 anos a jogar futebol, é sempre difícil. Agora tenho de chutar mais à baliza, aparecer na área, conduzir mais a bola... São coisas difíceis de mudar. Há certos comportamentos e por vezes já é tarde para mudar mas, no meu caso, com 25 anos, acreditei que podia evoluir muito nesta área. O míster ajudou-me muito, não foi fácil, como é óbvio, porque tive que andar mais, mas estou numa boa fase da carreira e tenho mais margem para evoluir nesta posição", explicou.

O centrocampista lembrou igualmente o momento complicado que viveu na época passada, quando foi informado da notícia após uma partida com o Santa Clara.

"Quem já passou por isso sabe, quem não passou ainda bem, graças a Deus. No caso da minha mãe, soubemos que estava doente, penso que na semana do Rio Ave fora e na semana a seguir começo a titular com o Gil e acontece tudo. Sempre continuei a treinar e a jogar, não quis pôr o problemas à equipa. Falei com quem tinha de falar, o Dr. Nélson Pulga e o mister. Era uma guerra que não conseguíamos ganhar. Quando recebi a notícia senti que estava melhor onde estava e não a sofrer. Amo a minha mãe, mas há momentos em que temos de dizer adeus.De certa maneira queria saber pelo mister e assim foi. No balneário vi que a minha namorada estava lá, o presidente também. Deram-me a notícia e foi assim que aconteceu. Não mudava nada. A minha namorada depois perguntou-me se era por mim e eu disse que não. Há coisas que não se explicam", disse, antes de agradever o apoio que foi recebendo, vindo de todos os lados, até de rivais, como Ricardo Esgaio.

"Valorizo muito isso, quando sentes esse amor. O Esgaio é meu amigo desde criança. Vários jogadores mandaram mensagem, treinadores também", lembrou.

Quanto à nova temporada, Eustáquio sublinha que no FC Porto é Obrigatório ser campeão "todos os anos", mas para tal é preciso trabalhar. "Temos de dar à perna. Se não estivermos bem e não fizermos o nosso trabalho será mais um ano sem sermos campeões. Este ano tem de ser nosso", terminou.