Recorde todos os processos judiciais em que está envolvido o Benfica. SAD dos encarnados foi alvo de buscas esta segunda-feira, assim como a do Santa Clara.

Mala Ciao

A Polícia Judiciária está a fazer buscas na SAD do Benfica e do Santa Clara, numa operação conjunta com o Ministério Público (MP) e a Autoridade Tributária (AT).

De acordo com a revista 'Sábado', os agentes estão a investigar negócios relacionados com três jogadores líbios, um deles o extremo esquerdo Hamdou Elhouni, transferido para o clube encarnado em 2016, com passagem posterior pelo Desportivo das Aves. Os outros são o médio defensivo Mohamed Al-Gadi e o médio ofensivo Muaid Salem Ali, mais conhecido como Muaid Ellafi, todos com passagem pelo Santa Clara.

O valor da transferência de Hamdou Elhouni para o Benfica não foi anunciado publicamente. Nesse mesmo ano de 2016, o extremo foi emprestado ao Desportivo de Chaves por duas épocas. Depois foi cedido, a custo zero, pelo Benfica B ao Desportivo das Aves, um dos clubes cujas relações com o Benfica está sob investigação.

De recordar que o Desportivo das Aves e o Benfica são alguns dos clubes investigados no processo 'Mala Ciao'.

Além das SADs de Benfica e Santa Clara, a revista 'Sábado' adianta que o processo visa empresas e residências particulares, inclusive do presidente do clube dos insulares, o advogado Rui Cordeiro, do administrador e diretor desportivo Diogo Boa Alma e do empresário brasileiro Khaled Ali Mesquita Saleh, que representa o principal acionista particular da SAD do Santa Clara.

Nesta investigação visa crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsificação de documento, participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagem.

Viciação de jogos

A Polícia Judiciário e o Ministério Público encontram-se a investigar um alegado aliciamento de jogadores do Marítimo por parte de um elemento do Benfica, no embate entre as duas equipas, na 33.ª jornada do campeonato de 2015/16. Dois jogadores do clube maritimistas, sob forma de anonimato, lançaram as suspeitas.

Investigação no 'Caso dos Emails'

Ministério Público acusou a SAD do Benfica e Paulo Gonçalves de vários crimes no âmbito do processo e-toupeira, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática.

O caso teve origem em denúncias feitas por Francisco J. Marques. No dia 6 de julho de 2017, o diretor de comunicação do FC Porto denunciou no programa ‘Universo Porto da Bancada’, do Porto Canal, emails que terão sido trocados entre Adão Mendes, antigo árbitro da Associação de Futebol de Braga, e Pedro Guerra, na altura diretor de conteúdos da Benfica TV, salientando que os mesmos configuram um "esquema de corrupção [na arbitragem] para beneficiar o Benfica".

Pedro Guerra admitiu por admitir a existência dos emails, no programa da TVI Prolongamento, mas disse que não se lembrava dos seus conteúdos.

Luís Filipe Vieira também comentou o caso na Assembleia-Geral do Clube "Em relação aos e-mails, desculpem falar à português, tanta m...n e zero. Não temos medo de ninguém. Nunca comprámos um filho da p... de um resultado".

O juiz Eduardo Rodrigues Pires vai continuar no caso dos emails. Eduardo Pires tinha pedido a dispensa de intervir neste caso, uma vez que é sócio do Benfica há mais de 50 anos, tendo recebido em março de 2019 o emblema 'Águia de Ouro', sendo também acionista da SAD encarnada e frequentador assíduo do Estádio da Luz.

Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto e o diretor do Porto Canal, Júlio Magalhães estão acusados de violação de correspondência e de acesso indevido, por divulgarem conteúdos de emails do Benfica.

Caso e-Toupeira

Com origem no caso dos emails, o e-toupeira é outro dos casos que envolve diretamente Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, um técnico informático e um funcionário judicial.

Paulo Gonçalves é acusado de alegadamente ter aliciado três funcionários judiciais. Os três elementos foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção ativa e passiva.

Em causa está a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, violação de segredo de justiça, falsidade informática e favorecimento pessoal”.

Paulo Gonçalves terá alegamente recebido informações sobre o processo 'caso dos emails' depois de acesso informático indevido a informações que se encontravam em segredo de justiça.

No processo estão envolvidos Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica e o funcionário judicial José Silva. Júlio Loureiro, antigo observador de árbitros, aguarda resposta ao recurso depois de ter sido pronunciado no processo.

Operação Lex

Esta investigação do Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e da Policia Judiciária.

Num processo que envolve o juíz desembargador Rui Rangel e Luís Filipe Vieira estão em causa alegados crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.

A conversa divulgada pela revista "Sábado" adianta uma conversa entre Rangel e Vieira, que que em troca de um intervenção num litígio fiscal de Vieira no valor de 1,6 milhões de euros, Rangel seria agraciado com um cargo na direção da escola e Universidade do convidado e seria convidado das deslocações do clube encarnado ao estrangeiro.

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, está acusado de recebimento indevido de vantagem, tal como Fernando Tavares, vice-presidente do clube e Jorge Barroso, advogado e assessor do presidente. Em causa, o facto de ter tentado obter informação privilegiada de um processo fiscal que envolvia a empresa do filho

Caso dos Vouchers

O caso dos 'vouchers' surgiu depois de declarações de Bruno de Carvalho no dia 5 de outubro de 2015 no programa televisivo da TVI. O então presidente do Sporting trouxe à Luz alegadas ofertas do Benfica a equipas de arbitragem que atingiam um valor total de 250 mil euros. No dia 27 de janeiro de 2017 o processo acabou por ser arquivado.

Lavagem de dinheiro

Outra das investigações levada a cabo pelo Ministério Público relacionava-se com a alegada transferências de 1,9 milhões de euros do Benfica para uma consultora informática, por uma suposta prestação de serviços. O valor foi posteriormente levantamento e chamou a atenção das autoridades bancárias.

De acordo com notícia do Jornal de Notícias, este alegada de esquema pode incorrer no crime de fraude fiscal e de lavagem de dinheiro. Já foram feitas buscas no estádio da Luz por parte da Polícia de Judiciária.