O presidente do Sporting explicou, em entrevista ao jornal Record, as razões que o levaram a cortar relações institucionais com os principais rivais, Benfica e FC Porto. Bruno de Carvalho diz que que se recusa a estar com pessoas que "maltratam" o Sporting e pergunta: "porque devíamos ter relações institucionais com um clube onde há um indivíduo que chama nomes ao presidente de outro clube?".
"Corte de relações? Isso tem a ver com os valores e regras que, felizmente, os meus pais me deram. Sempre me ensinaram que não vale tudo na vida. Sobretudo, que nos devemos reger por valores e que nos devemos movimentar por ideias e convicções", começa por dizer o líder dos "leões", acrescentando mais tarde: "quando os clubes não se respeitam e não mostram a dignidade que deviam ter perante vários assuntos, as pessoas devem ser claras e, institucionalmente, terem relações com aqueles que perfilham valores, pelo menos humanos e éticos. Em tudo o resto, o Sporting já se sentou dezenas de vezes após o corte de relações com o Benfica e o FC Porto. É isso que tem de fazer. O caminho é trilhado aí. Agora, recuso-me a estar com pessoas que maltratam o clube e que me maltratam".
Ainda assim, o presidente do clube leonino diz não gostar que o Sporting seja retratado como um clube "isolado".
"Às vezes custa-me ouvir que o Sporting se isolou, que a estratégia é errada. Não estamos isolados. Não podemos é deixar de dizer claramente o que achamos e ter relações institucionais com quem achamos que trata o clube e o futebol com dignidade. Não serei hipócrita e não direi que tenho relações institucionais. E quem faz isso, para mim, tem um nome. No entanto, é engraçado, pois, na nossa vida, lutamos contra esse tipo de pessoas, que vivem da hipocrisia. Um clube onde há um indivíduo que chama nomes ao presidente de outro clube, que ameaça agredir elementos da direção e que achou que nunca devia pedir desculpa... pergunto: devíamos ter relações institucionais porquê?".
"E outro clube cuja grande estratégia foi estar sempre a falar da restruturação financeira do Sporting, mandar recados que o Sporting podia não estar a pagar ordenados, isto tudo durante meses e meses, que culminam com uma entrevista do vice-presidente e do presidente…devemos nivelar-nos por cima. A partir daí, enquanto pessoas, não tem interesse nenhum haver convívio. E é isso que são as relações institucionais. É dizer: 'Não te quero ao meu lado. Não gosto de ti como pessoa, não gosto dos teus valores, não gosto das tuas regras. Não há relações institucionais contigo. Ponto final'".
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