Olhando para trás, até podia ter sido pior. O Sporting "chumbou" no segundo tempo da visita a Coimbra e concedeu o empate nos minutos finais, mas o golo tardio de Rafael Lopes só veio confirmar debilidades claras dos "leões".

Não faltarão apontamentos no caderno de Marco Silva. Por um lado, a pressão exercida na primeira metade do jogo prometeu e deu indicações daquele que será o Sporting dos dias bons. André Carrillo parece estar finalmente a transformar o potencial em realidade, Adrien Silva continua a assumir-se como um líder por natureza e Rui Patrício voltou a ser uma peça chave para os "leões". O Sporting chegou ao intervalo com uma vantagem inteiramente merecida, que só poderia ter sido evitada se Artur Soares Dias tivesse assinalado grande penalidade pelo toque com o braço de Jefferson.

A segunda parte, pelo contrário, trouxe muito pouco de positivo ao pensamento do jovem treinador. William Carvalho, uma das estrelas da equipa que conquistou um segundo lugar muito positivo na última temporada, pareceu uma sombra de si próprio. Faltou-lhe sempre a capacidade de decisão que fez dele um dos jogadores mais apreciados pelos adeptos leoninos e pareceu recuar 10 anos em mentalidade quando, de forma perfeitamente desnecessária, travou Rui Pedro e viu o segundo cartão amarelo.

Daí para a frente, foi sempre a descer para os "leões". Numa altura em que a Académica já estava a crescer de forma clara no jogo, a desvantagem caiu "que nem ginjas" aos anfitriões. Aos 80 minutos, só não chegou o empate porque não calhou. Ou antes, porque houve Rui Patrício. O guardião das redes leoninas voou para negar o golo a Magique, mas pouco podia fazer quando Rafael Lopes atirou para fechar o resultado.

No rescaldo, o treinador do Sporting falou nas "muitas contrariedades" do jogo, destacando a lesão de Cédric Soares, que saiu ao intervalo, e a expulsão de William Carvalho. Considerou, no entanto, que os jogadores "conseguiram ter o encontro controlado" e só foram penalizados "nos minutos finais". Já Adrien foi mais enigmático: "Todas as pessoas viram o jogo e basta tirarem as conclusões que quiserem. A equipa lutou contra tudo e todos até ao fim", disse o médio do Sporting, numa aparente alusão à arbitragem de Soares Dias.

Opinião ligeiramente diferente teve Paulo Sérgio, treinador que até já esteve no lugar que agora é de Marco Silva. O técnico da Académica considerou que a sua equipa fez uma segunda parte "excelente" e defendeu que mesmo antes da expulsão os "estudantes" já ameaçavam o empate.

Com Marcos Rojo e Islam Slimani ainda afastados por questões disciplinares, ainda há muito por resolver para os lados de Alvalade. Dentro e fora de campo. O primeiro clássico é já no dia 31, com a visita do Sporting ao Estádio da Luz, e tanto Marco Silva como a direção leonina terão de correr para construir a equipa coesa que faltou a boa parte da estreia no campeonato.