
Declarações de Rui Borges, treinador do Sporting, na antevisão do jogo com o Estoril, da 24.ª jornada da I Liga.
Plano para o jogo: "O plano estratégico é olharmos mais para nós, para a nossa confiança, tentar o entendimento do comportamento individual e coletivo, todos os constrangimentos que temos tido - castigos, lesões - é importante estarmos mais focados em nós. O adversário está numa fase positiva, está confiante, não perde desde dezembro... É uma equipa que nos vai criar dificuldades, mas que também tem de estar ciente de que vai defrontar o primeiro classificado e que também terão dificuldades em Alvalade. Temos de procurar comportamentos que anulem o Estoril, mas estarmos focados no que podemos fazer e na nossa equipa."
Já conseguiu impor a sua ideia de jogo no Sporting? "Não temos conseguido implementar a ideia de jogo. Se olharem para o nosso trajeto como equipa técnica, percebem claramente a nossa ideia de jogo. Tentámos, dentro do que tem acontecido, porque não temos muito tempo para treinar, mas mais do que isso é não termos os jogadores disponíveis. Juntando tudo isso, a equipa não está adaptada para o modelo, foi feita para um estilo de jogo muito próprio. Logo seriam precisos adaptações. Depois, as várias ausências que temos tido por causa dos castigos, lesões... não tempos tempo para treinar. Temos tentado adaptar-nos ao que tem acontecido, aos jogadores,... Mas não adianta lamentar-me, tenho de me adaptar ao contexto, ao momento. Tem sido bastante desafiante, englobar tudo o que nos tem acontecido. Mas, acima de tudo, faz-me crescer enquanto treinador para, no futuro, estarmos mais capazes ou melhores. Mas não estamos perto da ideia do Rui Borges, basta olhar para os jogos e ver a maneira de jogar das nossas equipas de anos anteriores. Está longe em termos de comportamentos adquiridos que queremos e gostamos. Mas é o que é."
Sente-se injustiçado por causa das críticas que lhe tem sido feitas? "A crítica faz parte. Vamos estar sempre expostos a isso, não me belisca em nada [...] A crítica passa-me ao lado, não me chateia em nada. Sei bem que, às vezes, vamos ganhar na atitude. Eu quero é ganhar. E contra o Gil, foi na atitude da 2.ª parte e essa tem de lá estar primeiro. Não estamos com tempo para fazer aqui músicas bonitas, mas para sermos eficazes, competentes e depois, aos poucos, ganhar a capacidade de ter mais qualidade nos jogos durante mais tempo. Quero é ganhar. A atitude não pode faltar, depois sim, a inspiração vai aparecer."
Quando é que os adeptos vão poder ver inspiração e atitude? "Já viram inspiração nem alguns momentos, curtos mas viram. Atitude também houve, faltou só neste jogo do Gil, na 1.ª parte. Disse-o na altura, foi a pior 1.ª parte que fizemos desde que chegámos enquanto equipa técnica. Não há prazos, precisamos de tempo para trabalhar, de ter todos disponíveis para assimilar. É o que é. Não me vou lamentar."
Mistério da lesão de Pote e explicações do jogador nas redes sociais: "Ele falou do tendão, não especificou, mas foi claro. O Pote simplesmente partilhou algo para as pessoas não acreditarem em algo de fora, algo que nem tinha a ver com a lesão, mas com outros fatores. Sentiu a necessidade de explicar para fora. Eu já tinha dito que era uma lesão muito própria e que o jogador precisava da recuperação correta. Ele olhou para a necessidade de se justificar, e bem, perante algo que estavam a partilhar e que nada tinha a ver com a lesão".
Sporting já utilizou 37 jogadores esta época: "Dizemos sempre que a sorte de uns é o azar dos outros. É uma oportunidade dos miúdos, que têm concretizado sonhos, trabalham para isso na equipa B e depois connosco, nos treinos. Mas é o que é. É fazer a adaptação à circunstância, ao que tem acontecido e tentarmos ser o mais competentes possível no nosso trabalho".
Com tantas ausências, vai voltar à defesa a quatro? "Adaptações tenho de fazer sempre, daí ter dito que tem sido bastante desafiante. A linha de quatro e de cinco é muito subjetiva. Já o disse várias vezes, posso começar com uma linha de cinco e de repente estamos a pressionar a quatro, construir com uma linha de três que de repente passa para uma de quatro. O mais importante é a disponibilidade. Não temos muito tempo para treinar comportamentos, então é ir ao conforto dos jogadores que temos disponíveis, dentro de algo que também já está na cabeça deles, para tentarmos ser melhores, mais eficazes. Mais do que o sistema, olhar para a disponibilidade dos jogadores".
O Sporting-Estoril, da 24.ª jornada da I Liga, está marcado para às 20h15 desta 2.ª feira, em Alvalade.
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