Rui Costa é o primeiro grande ídolo dos adeptos, enquanto futebolista, a tornar-se presidente do Benfica, aos 49 anos, ao bater nas urnas Francisco Benitez, para suceder a Luís Filipe Vieira, que liderou quase duas décadas.
Envolvido no processo ‘Cartão Vermelho’, Vieira, líder desde 2003, renunciou e o ‘vice’ Rui Costa, o ‘maestro’ dos relvados, assumiu os comandos há três meses, para agora ser legitimado pelos sócios, como líder da Lista A, que obteve 84,48% dos votos, nas eleições mais concorridas de sempre, com 40.085 votantes.
Depois de muitos anos como futebolista, cinco dos quais na equipa principal, em duas passagens (1991/92 a 93/94, 2006/07 e 2007/08), e o ex-‘10’ dos ‘encarnados’ está no clube como dirigente desde 2008 e ‘sobe’ agora a 34.º presidente.
Rui Costa vai, assim, liderar o emblema no qual cumpriu toda a formação de jogador, entre 1981 e 1990, e no qual se começou a evidenciar como sénior, entre 1991/92 e 1993/94, depois de um empréstimo, em 1990/91, ao Fafe, então na Zona Norte da II Divisão ‘B’ (terceiro escalão).
O ano de 1991 ficou gravado na sua carreira, já que coube ao então médio ofensivo de 19 anos marcar o penálti que deu a Portugal o segundo título mundial de sub-20, na final contra o Brasil (vitória por 4-2 no desempate por penáltis, após 0-0 nos 120 minutos), disputada perante 120 mil espetadores no antigo Estádio da Luz, a 30 de junho.
Quatro dias antes, também tinha sido Rui Costa a marcar o golo da vitória de Portugal sobre a Austrália (1-0), nas meias-finais, que valeu o passaporte para a final.
Após três temporadas em que venceu uma Taça de Portugal (1992/93) e um campeonato (1993/94) pelo Benfica, Rui Costa transferiu-se para a Fiorentina por cerca de três milhões de dólares - 2,5 milhões de euros sem contar com a inflação.
Juntamente com atletas como o guarda-redes Francesco Toldo e o avançado Gabriel Batistuta, o médio tornou-se uma referência do clube ‘viola’, tendo realizado 277 jogos oficiais e vencido duas Taças de Itália (1995/96 e 2000/01) e uma Supertaça (1996), em sete épocas.
Conhecido como ‘maestro', Rui Costa jogou depois cinco temporadas pelo AC Milan, tendo-se sagrado vencedor da Taça de Itália e da Liga dos Campeões (2002/03), antes de vencer o campeonato (2003/04) e a Supertaça (2004).
O jogador regressou ao clube onde ‘nasceu' para o futebol em 2006, tendo realizado 67 jogos pelos ‘encarnados' nas duas últimas temporadas da carreira, marcadas por algumas lesões.
A par do trajeto realizado na I Liga portuguesa e na ‘série A' italana, Rui Costa marcou 26 golos em 94 jogos pela seleção portuguesa, tendo disputado a final do Euro2004, que a equipa então treinada por Luiz Felipe Scolari perdeu para a Grécia (1-0), no Estádio da Luz. Foi o seu último jogo de ‘quinas’ ao peito.
Mal terminou a carreira de futebolista, em maio de 2008, Rui Costa tornou-se diretor desportivo do clube e mais tarde assumiu as funções de administrador da SAD liderada por Luís Filipe Vieira, tendo-se mantido nesse cargo até às últimas eleições do clube.
Após o ato eleitoral de 29 de outubro de 2020, que Luís Filipe Vieira venceu com 62,6% dos votos, contra os 34,7% do segundo candidato mais votado, João Noronha Lopes, o ex-jogador foi pela primeira vez eleito para os órgãos sociais e tornou-se vice-presidente das ‘águias'.
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