Sejamos práticos. É fácil colocar-se na cabeça do treinador Rui Vitória: A vencer por 0-2 aos 11 minutos, vendo desde o primeiro minuto as debilidades da equipa adversária, e com um jogo importantíssimo na próxima terça-feira para a Liga dos Campeões... O que fariam? A resposta mais razoável é: O mesmo que Rui Vitória!

Mas esse pensamento só chegou mesmo aos 11 minutos, uma vez que o treinador do Benfica chegava a Aveiro (novamente a casa emprestado do Tondela) com a pressão clara de vencer para não perder a crença (e paciência) dos adeptos. O clube da Luz chegava a esta nona jornada depois de uma derrota caseira diante do seu rival Sporting, o atual líder do campeonato português.

Rui Vitória, depois do jogo, negou que a vitória por 4-0 sobre o Tondela tenha ajudado o Benfica a ´respirar fundo`, depois de duas derrotas seguidas.

"Nunca respiro fundo nestas questões, quero estar sempre com ansiedade de ganhar o próximo jogo. Nada disso vai mudar a nossa forma de estar. Os jogadores sabem o que fizemos até aqui. Uma coisa podemos prometer: uma vontade muita grande de lutar até a última gota para sermos campeões. Essa é a nossa postura e tem de ser assim", disse o técnico encarnados na flash interview da Sport Tv.

Regressemos então ao minuto 4, onde surgiu o primeiro golo da partida, mas voltemos a ouvir as palavras de Rui Vitória, que ele soube explicar muito bem o filme do jogo: "Foram logo dois ou três golos de início que acabaram por tornar tudo mais fácil. Entramos fortes, fomos crescendo, depois acrescentamos mais um golo". Jonas marcou de cabeça o primeiro, Markus Berger ofereceu um golo de forma caricata e Gonçalo Guedes fechou o marcador ainda na primeira parte. Nota para o terceiro golo e o bom entendimento entre Jonas e o português, que acabou por fugir à defesa do Tondela e encontrar ângulo para rematar.

Quanto ao segundo tempo, é simples explicar o que aconteceu. O Benfica acabou por gerir a confortável vantagem que tinha no marcador e o Tondela, sem muitos recursos para dar a volta, tentou e tentou, mas sem sucesso. Rui Vitória aproveitou ainda para ‘dar minutos’ a André Almeida (64’), Carcela (71’) e Renato Sanches (75’) e retirar de campo algumas peças fundamentais para o encontro de terça-feira. Falamos de Gaitán e Jonas.

Carcela acabou mesmo por ser o autor do quarto golo do Benfica, aos 82 minutos, numa jogada de insistência perto da área do Tondela, estreando-se a marcar.

"Na segunda parte era natural que os jogadores fossem gerindo o resultado e o ritmo. Ficam os quatro golos e uma reação muita boa. Tivemos uma primeira parte bem conseguida. Era fundamental dar uma resposta positiva daquilo que é o nosso trabalho, o nosso profissionalismo", continuava a dizer Rui Vitória na flash interview.

Rui Vitória pode respirar fundo desta vez. Passou, com números vistosos, o teste em Aveiro, sob o olhar atento dos adeptos. Agora vem aí o mais difícil, os turcos do Galatasaray, que chegam à Luz às 19h45 desta terça-feira, depois de terem imposto uma derrota em Istambul. Respira Vitória, respira...