O treinador do Estoril-Praia, Marco Silva, o ‘benjamim’, mais uma vez, desta I Liga, sabe que depois da surpreendente época de 2012/13, as expetativas são altas, mas não entra em ‘delírios’, como conta em entrevista ao SAPO Desporto.

Quais são os objetivos desportivos para esta época? 
Como principal objetivo, claramente a manutenção. Continuar a consolidar a posição do Estoril-Praia como clube de I Liga. Sabemos que a fasquia também está elevada devido ao nosso rendimento na última época… mas esse será o principal objetivo. Se pudermos ter uma época tranquila, numa posição na tabela que nos permite tranquilidade, sem passar apertos no final da época, tanto melhor. Se conseguirmos a manutenção mais cedo, iremos redefinir objetivos.

Que balanço faz da pré-época e dos trabalhos com o novo plantel?
O plantel sofreu algumas mexidas, com saída de atletas que foram muito importantes no crescimento da equipa nestes dois anos. Mas sabemos que faz parte, teríamos de estar preparados para estas saídas, com a entrada de jogadores com alguma experiência, outros nem tanta. Entraram jogadores muito jovens. Foi uma boa pré-época. Permitiu perspetivarmos que com uma boa base que ficou, esses jogadores também se vão adaptar rapidamente.

Está satisfeito com as soluções que o plantel apresenta para a época 2013/2014?
O plantel está praticamente fechado. Estamos satisfeitos. Sabemos que o Estoril não é um clube com uma capacidade financeira que nos permita colmatar a saída de jogadores com grandes contratações. Não é isso que procuramos. Procuramos jogadores dentro do nosso poderio financeiro. Conseguimos isso. É com este plantel que vamos encarar a época.

Que perspetivas tem para este campeonato relativamente à luta pelo título, lugares europeus e fuga à despromoção?
Na luta pelo título teremos sempre Benfica, FC Porto e Sporting, com o SC Braga também a intrometer-se pelo meio, fazendo uma temporada ao nível das últimas. Sabemos que Benfica e FC Porto estão um pouco acima, mas nunca podemos excluir um grandíssimo como o Sporting. Em relação à luta pelas competições europeias, temos os crónicos candidatos, já muito habituados, Marítimo, Nacional, Vitória de Guimarães, sempre um clube com grandes pergaminhos. E depois pode aparecer um outsider, como no ano passado o Estoril, o Paços de Ferreira. Mas acredito que tirando os três grandes mais o SC Braga, teremos uma luta muito renhida. A própria época irá ditar quem irá lutar pelo objetivo europeu.

Que jogadores acha que poderão ser as surpresas deste campeonato?
Olhado para o plantel do Estoril-Praia, mais concentrados nos nossos jogadores do que propriamente em quem poderão ser as surpresas deste campeonato. Os clubes grandes reforçaram-se muito, e bem. Há os outros reforços todos. Esperemos que consigam aparecer jogadores jovens como surpresas e mais-valias, jogadores portugueses.

Que ambições pessoais enquanto treinador, para o seu futuro?
A minha ambição é diária, todos os dias querer melhorar. Trabalho para que todos os dias seja melhor, não faço grandes planos de futuro. É esta a minha forma de estar. Não adianta fazer projetos futuros no futebol.

O campeonato volta a iniciar-se com a quase totalidade dos treinadores a serem de nacionalidade portuguesa. Isso é mais uma prova de qualidade dos treinadores portugueses? 
Tem muito a ver com a qualidade, como disse. Cada vez mais o treinador português se prepara melhor para o que é o jogo, o treino. A qualidade de treino tem melhorado. É também um sinal de confiança dos responsáveis, é muito importante. Traz-nos mais responsabilidade, mas também mais motivação.