A Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sporting de Braga teve um resultado líquido positivo de 2,1 milhões de euros na temporada de 2015/16, abaixo do esperado, e reduziu em quase 40% o seu passivo.

O exercício positivo de 2,1 milhões de euros segue-se a dois negativos (1,3 milhões em 2014/15 e 2,3 milhões em 2013/14), sendo que no de 2015/16 não estão consideradas as vendas de Rafa e Boly para Benfica e FC Porto, respetivamente, por terem sido após 30 de junho, data limite do fecho das contas.

O clube não atingiu, ainda assim, o lucro previsto na época passada para este exercício (6 milhões), mas fonte do clube frisa a importância da redução do passivo em cerca de 40% (de 26,2 milhões para 16,1 milhões).

Segundo a nota do clube, as receitas operacionais cresceram 37%, para os 13,88 milhões de euros, tendo a SAD contabilizado 18,3 milhões com vendas e empréstimos de passes de atletas, que resultaram numa mais-valia financeira que ascendeu a 13,1 milhões de euros.

O maior encaixe foi gerado pela venda de Aderlan Santos ao Valência - 4,75 milhões de euros por 50% do passe (9,5 milhões no total).

O guarda-redes russo Kritciuk rendeu 4 milhões (3,5 milhões pela venda, 500 mil por um primeiro empréstimo ao Krasnodar) e Pardo 3,6 milhões (2,5 milhões de venda, 1,1 milhões pelo empréstimo ao Olympiacos), tendo outras vendas e empréstimos gerado cerca de 550 mil euros.

Os responsáveis pela SAD bracarense destacam ter aliado aos resultados desportivos, "nomeadamente a conquista da Taça de Portugal e a excelente prestação na Liga Europa", a gestão financeira que permitiu o lucro referido como também a diminuição do passivo global.

Este foi reduzido em 10,1 milhões (39%), de 26,2 para os 16,1 milhões de euros enquanto o passivo bancário (efetivo) baixou 88%, dos 4,1 milhões de euros do exercício anterior para os 500 mil euros verificados a 30 de junho de 2016.

"O valor das dívidas a receber ascende a 9,6 milhões de euros, o que perante um saldo de caixa de 1,6 milhões de euros resulta numa situação de paridade face às dívidas a pagar no montante de 11,7 milhões de euros", o que demonstra "equilíbrio de tesouraria", refere a nota.

Com capitais próprios de aproximadamente 12 milhões de euros (que representam o dobro do capital social da sociedade), a SAD "apresenta uma autonomia financeira de 43%", fator de estabilidade financeira e que a "coloca num patamar absolutamente ímpar no universo das sociedades desportivas e do mundo empresarial em geral".

Nota ainda para a subida do EBIDTA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que duplicou, ascendendo a 5,82 milhões de euros (2,92 milhões de euros do exercício anterior).