A SAD da União de Leiria instaurou esta sexta-feira um processo disciplinar ao brasileiro Jô por «condutas inadequadas», mas o futebolista diz estar a ser vítima de perseguição e ter dois meses e meio de ordenados em atraso.

Em comunicado, a administração da SAD do penúltimo classificado da Liga acusou Jô de «reiteradamente» assumir «condutas inadequadas para um profissional de futebol” e de agir com “total desrespeito (...) perante todo o grupo de trabalho e administração».

A União de Leiria defende que o avançado, utilizado em 12 jogos da Liga, é reincidente e que o comportamento só não suscitou consequências mais cedo «devido à paciente e pedagógica intervenção do treinador principal, Manuel Cajuda, o qual lançou mão de todas as suas reconhecidas qualificações para evitar outro tipo de incidências».

Mas, «a continuidade e a gravidade de tais condutas obrigaram agora à instauração do processo disciplinar», estando o atleta «suspenso preventivamente de toda a atividade e impedido de frequentar as instalações da Sociedade, assim como o Estádio Municipal da Marinha Grande».

Contudo, apesar de a SAD sublinhar que Jô já foi notificado, contactado pela agência Lusa o jogador nega ter recebido qualquer documento, recusando ainda todas as acusações que lhe são dirigidas.

«Não recebi qualquer papel e não tenho qualquer questão com o clube. O problema é um diretor, Rodolfo Vaz, que quer vigiar os jogadores na noite, quer tomar conta de nós. Somos seres humano, temos família e eu tenho filho. Ele ofendeu-me, chamou-me várias palavras insultuosas», disse o jogador.

«Tentei a minha saída há meses, porque ele andava-me a encher-me o ‘saco’. Pedi a rescisão, eles não quiseram dar e tive de forçar a minha saída».
Jô já pediu apoio ao Sindicado dos Jogadores, até porque, afirma, tem dois meses e meio de salários em atraso.

«Amanhã [sábado] vou comparecer no treino. Não tenho qualquer papel que diga que não posso treinar. O que quero é ver se me dão a carta de dispensa», referiu.

Contratado no início da época ao AC Juventus, do Brasil, Jô não marcou qualquer golo na Liga pela União de Leiria.

«Ainda posso dar muito em Portugal. Quando estive em campo, provei sempre [o meu valor]. Quero sair do Leiria, porque tenho equipas interessadas no Brasil e em Portugal», afirmou.