O Tribunal da Relação de Évora confirmou a condenação do Vitória de Setúbal/SAD ao pagamento de 110 mil euros ao antigo treinador Carlos Cardoso, relativos a salários e prémios pela manutenção da equipa de futebol na I Liga.

Segundo o acórdão de 07 de janeiro deste ano, a que a agência Lusa teve acesso, o Tribunal da Relação de Évora atendeu apenas alguns pontos do recurso do Vitória de Setúbal, o que permitiu uma redução do montante inicial estabelecido na sentença do Tribunal de Trabalho de Setúbal, de 114 mil euros, para pouco mais de 110 mil euros.

Como refere o documento, o Vitória de Setúbal/SAD foi absolvido do pagamento da retribuição relativa ao mês de julho de 2008, no valor de 4.639,99 euros, o que permitiu a redução do valor total da dívida para os referidos 110 mil euros, mas o Tribunal da Relação manteve todos os outros pontos da sentença recorrida.

Contactado pela Lusa, Carlos Cardoso mostrou-se satisfeito com a decisão do Tribunal da Relação de Évora e lamentou que, durante um ano, a Sociedade Anónima Desportiva do Vitória de Setúbal nunca se tivesse mostrado disponível para chegar a um acordo.

«O presidente do Vitória de Setúbal, Fernando Oliveira, dizia sempre que sim, que estava disponível para chegar a um acordo, mas nunca houve resultados práticos dessa disponibilidade», disse à Lusa o antigo jogador e treinador, que representou o clube do Bonfim durante 35 anos - 20 como jogador e 15 como treinador.

O antigo treinador do Vitória de Setúbal salientou ainda que só avançou com o processo judicial face à ausência de qualquer contacto dos dirigentes do Vitória de Setúbal e «quando faltava apenas um mês para a prescrição da divida».

«Cheguei a propor que me pagassem o que deviam em mensalidades, durante um período de dez anos. O presidente do Vitória de Setúbal considerou que era uma boa proposta e prometeu telefonar para marcar uma reunião, mas estive quase um ano à espera desse contacto que nunca surgiu», acrescentou Carlos Cardoso.

A agência Lusa tentou contactar o presidente do Vitória de Setúbal, Fernando Oliveira, mas não foi possível.