Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, foi um dos participantes no World Scouting Congress, que decorre no Porto, e comentou alguns momentos da sua carreira.

Liderança no balneário: É extremamente importante o treinador ser genuíno. É a base. Não pode haver dois discursos. Jogadores têm de sentir que são iguais nos diferentes papéis que têm, não só dentro de campo, mas no peso no balneário. Posso falar individualmente com um ou outro, equipa técnica também trabalha por trás. Hoje é muito mais difícil do que antigamente. Antigamente havia um grande respeito pela figura do treinador. Hoje, por várias razões e pela nova mentalidades, fica mais difícil gerir isso."

A diferença: "A grande dificuldade do treinador hoje em dia é exatamente manter um grupo unido em que toda a gente esteja focado nos objetivos da equipa. Em situações difíceis para o jogador, como não jogar a titular, tenham o mesmo comprometimento e foco dos que jogam. Isso não é fácil e eu aceito sempre a tristeza e desilusão de não estar a jogar no momento. Se ultrapassa essa linha isso fica difícil para mim e para eles. Isso é claro no balneário. Tenho a minha forma de liderar, outros têm outra. Não sei quem está correto. A mim tem corrido bem e vai de encontro ao que eu sou como pessoa"

Não é uma ciência: "Não há uma forma exata para liderar um balneário porque toda a gente é diferente de toda a gente. Está aí a chave do sucesso: grupo forte, unido, comprometido, focado. Acho que é o mais difícil com tudo que envolve as famílias dos jogadores, as redes sociais, os amigos a bater nas costas e a dizerem que é o melhor do mundo e o treinador é que não percebe nada. Antigamente, alguém dizia mal do António oliveira e eu torcia-lhe o pescoço. Hoje há bons miúdos, mas mais frágeis em termos emocionais"