O Chaves

"É um fator de motivação para os jogadores defrontarem um grande do futebol português. Dentro desse jogo, vão ter, ainda, a esperança de se manterem na I Liga. Temos de olhar para o nosso jogo. Deu tempo para preparar o jogo, e vamos encará-lo da melhor forma, para ganhar.

O Chaves tem um jogo decisivo, tal como nós. É verdade que mudou um pouco, e tem mudado ao longo da época, a partir do momento em que o Moreno assumiu a equipa. A entrada de um ou outro jogador, em janeiro, fez com que a equipa jogasse de forma diferente. Olhámos para alguns cenários. O Guzzo não está por castigo, o Guima regressa de lesão, o Pires também, poderá apresentar-se com uma linha defensiva de cinco ou de quatro. Temos de preparar esses diferentes cenários para estarmos bem no jogo e percebermos o que o adversário pode fazer em função desses jogadores, que, quando jogaram, aqui, no Dragão, não eram os mesmos.

Limitações na defesa

São problemas que tenho de resolver, sou pago para isso. Obviamente, gostava de contar com toda a gente. Infelizmente, não é possível, e tenho de arranjar soluções. Os sócios, adeptos e simpatizantes querem é que o FC Porto ganhe, sendo que não vão olhar para as ausências. Olham para outras situações, dependendo de como corre o jogo. Temos de estar focados em arranjar soluções para montar uma equipa competitiva, num jogo que terá todo esse contexto. É um jogo difícil, mas preparámo-nos para ganhar."

O momento do FC Porto

"Uma vez, disse que já vi treinadores irem embora na pré-época. Já assisti a pré-épocas menos bem conseguidas, em que o treinador já estava na baila. Se um jogo de pré-época é importante para uma equipa como o FC Porto, imagine um jogo de campeonato. Não olhamos para a tabela, olhamos para o jogo, mas não nos podemos esquecer que temos dois adversários e que isso nos pode custar estar mais acima ou abaixo na tabela. Não é a partir daí que trabalhamos, mas temos essa consciência."

Uma legenda para o abraço entre Pinto da Costa e Villas-Boas

"Não tenho de meter legenda nenhuma. É um presidente que perdeu as eleições, outro que ganhou. Por enquanto, ainda temos o nosso presidente. A passagem de testemunho vai acontecer. Eu, como treinador, tenho de preparar a equipa, focando-me no jogo, e viver à margem do ruído que existe neste período do nosso clube. É isso. Não há nada mais. Gosto sempre de ver duas pessoas abraçarem-se, é bom sinal."

Conversa com André Villas-Boas: "Não sei o que me vão perguntar"

"Isto faz-me lembrar o que dei na história, o Tratado de Zamora, em 1143, entre D. Afonso Henriques e o seu primo. É a conversa normal entre o presidente e o treinador. Todas estas questões que o novo presidente quiser falar comigo, vou responder. Com certeza, não quererá falar apenas comigo, vai querer inteirar-se das coisas, vai falar com vários funcionários do clube. É absolutamente normal."

"Não sei o que me vão perguntar. Só depois de perceber que conversa é que vamos ter... Parece que estamos a falar de uma coisa que não é normal, um presidente sentar-se com um funcionário, nomeadamente, o treinador, que é alguém importante nos clubes. Sendo treinador da equipa principal, mais relevante tem. Não vejo nada de estranho disso, parece-me normal e natural."

Iván Jaime mostrou-se insatisfeito com o FC Porto (através da sua agência)

"A equipa técnica, normalmente, decide o que fazer em função da produção dos atletas. Podem trabalhar dois, três, quatro grupos diferentes. Temos uma equipa profissional grande. Os comunicados e tudo isso não têm a ver comigo. Sou treinador de futebol, faço o meu trabalho. Dentro disso é que posso responder. Soube que houve um comunicado. Vi, mas não li. O mais importante é o jogo de amanhã e os jogadores que estão disponíveis, dentro das condições que quero, que é trabalhar no máximo, ambição máxima, para chegarem ao jogo e passarem esse compromisso, ajudando-nos a ganhar."

Mudanças na direção do FC Porto

"Tenho de olhar para a equipa de futebol e perceber que, pelas lesões e castigos, estamos limitados. Não sou de, rapidamente, porque um miúdo tem qualidade, metê-lo a jogar de uma forma a que, depois, queime as etapas necessárias. Dou o exemplo do Martim, que entrou contra o Sporting, quando achámos que estava preparado, em função de um outro jogador que, para mim, em termos estratégicos, o Pepê, era fundamental jogar mais adiantado. Essas mudanças é que vejo, no sentido do que a equipa necessita. Olhando para o que foi o início da época, em relação ao jogo com o Sporting... Nem o Wendell, que, na altura, jogava mais o Zaidu.

Já tenho essas mudanças todas que fazem parte do meu trabalho e que me preocupam tanto. Depois, a vida associativa do clube é o que é. Os sócios são soberanos, eles é que decidem. Estamos aqui como funcionários, para dar o nosso melhor, sendo que, como já disse, para se estar no FC Porto, não basta o contrato. Aqui, ninguém está agarrado a nada. Há uma instituição acima de tudo e de todos."