O Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) afirmou que há novos protestos em jogos de futebol no horizonte se a situação das forças de autoridade se mantiver como está atualmente. Na sede do sindicato, Paulo Rodrigues afirmou que a direção chegou a conclusões e vai enviar um pedido de reunião urgente com a Inspeção Geral da Administração Interna de modo a apresentar as ideias a serem alteradas.
“Vamos apresentar um pedido de reunião urgente à Inspeção Geral da Administração Interna para inspecionar as condições dos meios policiais que são utilizados em eventos desportivos. Queremos que haja uma análise para resolver a situação de utilização de ativos de forma desadequada”.
Em cima da mesa estão as queixas da PSP no que toca a serviços não remunerados. De acordo com o ASPP, há vários meses que as forças do corpo de intervenção são chamadas e utilizadas para manter a paz e ordem em eventos desportivos sem receber qualquer compensação por isso.
A PSP, na segunda-feira, disse que não tinha havido nenhum protesto, mas esse comunicado foi contestado pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia que reiterou a existência de uma protesto no encontro entre FC Porto e Vitória de Guimarães.
“Não podemos admitir e esperamos a reunião para perceber o que está a falhar. Todos os eventos desportivos somo utilizados para um serviço que não é remunerado e que não nos compete. O que queremos é não fazer um serviço que não é remunerado. Se tivermos de o fazer, queremos receber, mas o objetivo e não ter de fazer sem sermos remunerados”.
Para além das horas não pagas, os polícias destacados para eventos desportivos são chamados durante as suas folgas para trabalhar em jogos ou outros eventos com a promessa de acrescentar horas a um ‘banco de horas’ para serem, mais tarde, utilizadas. No entanto, face aos serviços que são necessários, os agentes não conseguem utilizá-las. Em casos extremos, o banco de horas chega às 400 horas trabalhadas sem remuneração e sem as poderem utilizar.
Protestos como forma de aviso e que vieram para ficar
Sobre os protestos e se vão continuar a ser uma questão nos próximos jogos e, possivelmente, na Primeira Liga, Paulo Rodrigues realçou que não espera que seja preciso mais protestos como de Guimarães, mas que a contestação à situação do corpo de intervenção da PSP está a atingir limites. A palavra passa agora para o lado do governo.
“Caso o governo mantenha a atual situação estamos disponíveis a manter os protestos e a continuar e a desenvolver outros protestos para alertas as autoridades para uma situação que esta a ser prejudicial para a PSP em beneficio dos clubes com quem não temos qualquer acordo para o fazer”.
As palavras do presidente do ASPP surgem depois do protesto feito pela PSP no encontro amigável entre FC Porto e Vitória de Guimarães. No encontro em que os ‘dragões’ venceram os vimaranenses, cerca de 30 polícias recusaram entrar no estádio do encontro como forma de protesto ao facto de haver remunerações para um lado e não haver para outro.
Ao SAPO Desporto, Paulo Rodrigues explicou que este tipo de protesto não colocou ninguém em risco e serviu como forma de aviso para o governo. O presidente do ASPP explicou ainda que apenas quem fica fora do estádio não é remunerado pelo clube enquanto os membros da mesma força da autoridade que estão dentro do recinto são pagos pelos clubes. Esta é uma situação que tem vindo a crescer no panorama do futebol com os clubes a aumentar a lista de agentes que não são remunerados.
As competições oficiais estão cada vez mais perto e os protestos mantêm-se em cima da mesa enquanto opção para as forças policiais até que a situação resolvida. O pedido para uma reunião urgente foi enviado esta terça-feira e está nas mãos da Administração Interna a próxima ação perante a irredutibilidade da PSP.
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