Bruno de Carvalho considerou esta quinta-feira que "voltar a ser sócio do Sporting é um ponto de honra perante uma situação" que o entristece.

Na segunda parte da entrevista à TVI, o ex-líder 'leonino' considera que o processo de destituição e expulsão de sócio teve só a ver com o que aconteceu em Alcochete.

"Se formos ler o processo de expulsão, só alguém de muito mau carácter é que tem a lata de me dizer na cara que 90% não é Alcochete, porque é Alcochete. Porque falam lá das rescisões, dos posts... aquilo era a acusação de Alcochete e depois introduziram lá algumas variantes para ter esta narrativa de que não teve nada a ver com Alcochete. É tão injusto dizer-se isto, é tão reles, porque em duas assembleias gerais em que não foi deixado nem a mim nem aos meus colegas defender-mo-nos, os Sportinguistas não puderam, nem quiseram ouvir. A votação foi logo aberta no início da assembleia, sem ouvir a nota de culpa", disse.

"O meu carater já foi atacado, que é a coisa mais santa que nós temos. Eu espero que os portugueses que nos estão a ouvir tenham noção do que é um linchamento de carater. É isto. É ser detido em casa, com a filha a ver. De repente estava a ser detido quando dois dias antes tinha-me apresentado para falar", explicou.

O ex-presidente 'leonino' considerou que o verdadeiro presidente do Sporting é o Presidente da Mesa da Assembleia e que é dele que depende a sua reintegração.

"O verdadeiro presidente do Sporting é Rogério Alves. É uma pessoa que foi bastonário da ordem do advogados, é uma pessoa que teve por detrás dos processos de expulsão e de destituição, é uma pessoa que se sabe mexer no meio e sabe como ninguém... O que quero dizer com isto é que se Rogério Alves tivesse a certeza absoluta que fazia uma 'AG' [Assembleia Geral] de reintegração e que eu não era lá colocado já tinha feito a AG. Eu tenho a sensibilidade, ele tem a certeza que se fizer eu sou reintegrado", afirmou.

Bruno de Carvalho recordou que existe um processo em tribunal devido à reunião magna que o destituiu do cargo de presidente, mas que mesmo que o tribunal lhe dê razão irá sempre colocar-se a votos.

"Existe ainda um processo sobre a Assembleia Geral de Destituição e eu vou voltar a dizer aos Sportinguistas que independentemente do que aconteça nesse processo, eu jamais voltaria ao Sporting como órgão social, como presidente, por uma imposição de um tribunal. Colocaria-me sempre ao escrutínio dos sócios", afirmou.

O ex-líder 'verde-e-branco' recordou a expulsão de 'sportinguistas' nomeadamente de Godinho Lopes, em 2015, afirmando que não teve nada a ver com a mesma.

"Eu nada tive a ver com nenhum processo de expulsão de absolutamente ninguém do Sporting. A decisão foi do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD). Eu fui chamado para um reunião com o Dr. Bacelar Gouveia (líder do CFD) onde ele me disse que a intenção do CFD era de expulsão dos associados e perguntou-me a opinião. Eu disse isto: 'Eu não tenho nada a ver com o que vocês fazem, já que me pedem a opinião como sportinguista e não como presidente: não expulsem ninguém!", revelou.

Bruno de Carvalho recordou ainda os jogos que o Benfica tem sobre investigação.

"O mundo não gira só à volta de Alcochete. Lembra-se que existem inúmeros jogos de inúmeras épocas do Sport Lisboa e Benfica sobre investigação? Eu sei o que estou a dizer, não estou a atacar ninguém! Vamos ver como é que decorre esse processo porque se calhar ganhamos algum título. Não fui eu que disse para se verem os jogos. Vocês é que dizem que não ganhámos, que tentámos e não chegamos lá... Vamos ver", afirmou.

O ex-arguido do processo de Alcochete comentou o momento atual vivido pela direção de Frederico Varandas.

"O Sporting está a viver um momento em que não há uma política de procura de resultados mas de constante justificação. Eu fui analisar as entrevistas de Frederico Varandas e em todas fala da herança pesada de Bruno de Carvalho, ou de Alcochete, ou das claques ou agora da 'covid'. Portanto, não há nada a fazer, o Sporting vai andar... já ouvi sete anos, já ouvir cinco anos para trás. É a política da terra queimada - 'foi tudo um horror'", realçou.

"O futuro do Sporting é voltar a vender bem, e vender bem não é vender o Podence por sete milhões e passado quatro meses o mesmo agente voltar a vender-lo por 20+5 na cara do Sporting. O mesmo agente que tinha zero nas contas do Sporting de dívidas e que agora tem nove milhões", afirmou.

Sobre as consequências financeiras do ataque a Alcochete, Bruno de Carvalho afirma que , contabilisticamente, o Sporting perdeu entre 23 e 25,9 milhões de euros: "Porque - os jogadores da formação têm um valor residual - Rui Patrício rescindiu, impacto nas contas: zero. Estou a falar contabilisticamente. Tenho lido que contabilisticamente o Sporting perdeu 60 milhões".

Questionado sobre se com a absolvição no julgamento da Academia de Alcochete, vai passar a ser a oposição de Varandas, Bruno de Carvalho foi peremptório: "Eu sou a única pessoa que faz oposição de há dois anos para cá"

Por fim Bruno de Carvalho considerou que se tivesse sido extraída uma extração criminal do processo do ataque a Alcochete se poderia chegar a Frederico Varandas.

"No processo de Alcochete foram duas pessoas sentadas, que não se percebeu se eram réus ou testemunhas, uma delas fazia parte da lista de candidatura de Frederico Varandas, de seu nome Pedro Silveira e outra era uma das pessoas mais influentes da candidatura que era Diogo Amaral, que disse em tribunal que o seu nome de guerra era 'tusta' e que tinha escrito uma mensagem no fim do ataque a dizer 'saiam, saiam'. Autoria moral significa que uma pessoa tem conhecimento do que está a acontecer. Devia de ter sido extraída uma extração criminal que poderia levar a Frederico Varandas, isso mesmo, claramente com todas as consequências. (...) Acho que claramente Pedro Silveira e Diogo Amaral seriam acusados. Depois dependida da investigação do Ministério Público se quisesse faze-la a sério ou a brincar, como fez comigo. Quando há um crime o que perguntamos? Onde, quem, como, porque? Eu pergunto: mandava bater nos jogadores porque? Eu fui escorraçado e ele entrou", concluiu.

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