Os associados do Paços de Ferreira aprovaram hoje, por unanimidade, um resultado negativo de 431 mil euros na época 2011/12, numa Assembleia-geral (AG) em que a direção pacense foi legitimada a trabalhar na constituição de uma sociedade desportiva.
O relatório e contas relativo à época desportiva 2011/12 apresentou proveitos de 3,8 milhões de euros, um valor inferior em 431 mil aos custos, cuja parcela maior, cerca de 1,5 milhões, foi utilizada para gastos com a equipa profissional de futebol.
«A situação não me assusta, se as coisas continuarem a correr como até aqui, repondo a Câmara algumas coisas que estão protocoladas. O Paços tem de continuar a ser visto como um clube que tudo faz para ser cumpridor, mas precisamos de todos», disse o tesoureiro do clube, Teófilo Costa.
Para explicar o resultado negativo do último exercício, Teófilo Costa deu conta de um aumento de quase 100 por cento em juros, de 87 mil para 148 mil euros, em resultado da necessária antecipação de receitas.
«O dinheiro nunca está disponível quando precisamos e a antecipação de receitas gera juros enormes, para além da dificuldade de a própria banca disponibilizar essas verbas», sublinhou o mesmo responsável, juntando às dificuldades financeiras do clube o corte nos apoios da própria autarquia.
Os cerca de 50 associados presentes no auditório da Associação Empresarial de Paços de Ferreira legitimaram, depois, a direção a trabalhar na proposta de constituição de uma sociedade desportiva.
«Esta transformação é um marco» na história do clube e «urge resolver isto e atalhar caminho», visto ser necessário «estabelecer estatutos e princípios».
A ideia foi partilhada aos associados por Paulo Meneses, do departamento jurídico do Paços de Ferreira, para quem o modelo de sociedade por quotas «é mais ao estilo do clube» e, «se calhar, o modelo que se apresenta mais realista e prudente».
A direção tem agora 45 dias para trabalhar as propostas dos dois projetos em causa (sociedade anónima desportiva e sociedade desportiva por quotas), que serão apresentados aos associados em nova AG, juntamente com o projeto de revisão dos estatutos.
A reunião magna do Paços de Ferreira ficou ainda marcada pelo abandono antecipado dos elementos afetos à claque, em desacordo com as políticas seguidas pela direção do clube.