O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, foi hoje à Assembleia Geral do clube em que os sócios votam a sua continuidade ou destituição.
Bruno de Carvalho chegou cerca das 19:00 à Altice Arena, em Lisboa, e dirigiu-se à Mesa, onde falou com o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Jaime Marta Soares, mas não falou aos sócios.
Suspenso de funções pela Comissão de Fiscalização nomeada pela MAG, Bruno de Carvalho tinha dito que não marcaria presença na reunião magna.
Apesar de marcar presença, Bruno de Carvalho não poderá votar, já que está impedido pelos Estatutos do clube.
"O associado não pode votar, por si ou como representante de outrem, nas matérias em que haja conflito de interesses entre a associação e ele, seu cônjuge, ascendentes ou descendentes", pode ler-se no artigo 176.º do código civil.
Quem se congratulou com a presença do presidente suspenso foi Álvaro Sobrinho.
"Estou a vê-lo. Acho que as minhas palavras surtiram efeito. Ainda bem que veio. Estive na fila de espera 45 minutos... ele entrou pela garagem. Não tenho nada a dizer a este senhor. Não sou hipócrita. É uma 'persona non grata' e não me relaciono com 'personas non gratas'", atirou, em declarações reproduzidas pelo 'Record'.
A Assembleia-geral foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.
De resto, afigura-se como muito provável que esta venha a ser uma das AG mais concorridas da histórica do clube, se não mesmo a mais concorrida, dado o número de sócios que se tem deslocado ao Altice Arena, havendo duas longas filas de espera para aceder ao interior do recinto.
Os sócios do Sporting reúnem-se hoje para a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.
Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.
Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário, que decorre no Altice Arena, em Lisboa.
Em vésperas da AG, o presidente 'leonino' afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.
A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.
Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.
A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.
Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.
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