Bruno de Carvalho foi substituído por Erik Kurgy como cabeça de lista para as eleições do Sporting, anunciou hoje a candidatura, que continuará “a trabalhar” com o ex-presidente do clube.
A recomposição da lista e a nova recolha de assinaturas impõe-se já que, adianta a candidatura 'Leais ao Sporting', porque Bruno de Carvalho, Trindade Barros e Alexandre Godinho “podem não ver a sua condição de sócios reposta” antes de 08 de agosto, data limite para apresentação de candidaturas. As eleições realizam-se em 08 de setembro.
“Sem prejuízo do eventual resultado das iniciativas jurídicas em curso, torna-se fundamental recolher novamente assinaturas para a submissão de uma nova equipa da candidatura ‘Leais ao Sporting’. Esta nova equipa continuará a trabalhar com Bruno de Carvalho, mas agora com o associado Erik Kurgy como candidato a presidente do Conselho Diretivo do Sporting Clube de Portugal”, pode ler-se.
Recorde-se que a Comissão de Fiscalização tinha impedido a Candidatura de Bruno De Carvalho.
Quem é Erik Kurgy?
Erik Kurgy é sócio desde 1984 e integra o projeto de Bruno de Carvalho a estas eleições. Foi inicialmente candidato a vicepresidente do Conselho Diretivo com responsabilidade pela área financeira. É o Atual administrador do Grupo Vip Hotels e foi vicepresidente dos Leões de Porto Salvo.
Leia o comunicado do passado 2 de agosto.
A Comissão de Fiscalização do Sporting justificou a suspensão por um ano de Bruno de Carvalho com a circunstância de o ex-presidente ter sido “o principal artífice e responsável da situação grave e antiestatutária criada” no clube.
Em comunicado, a Comissão de Fiscalização (CF) adianta ainda que existia “matéria suficiente” para aplicar a Bruno de Carvalho a “sanção mais grave prevista” no Sporting - a expulsão de sócio -, mas que, atendendo a “atenuantes” e por respeito ao “passado do clube”, optou por não o fazer.
Comunicado da Comissão de Fiscalização do Sporting Clube de Portugal.
A Comissão de Fiscalização do Sporting Clube de Portugal encerrou esta madrugada o primeiro processo que lhe foi legalmente remetido por sócios do SCP contra os membros do Conselho Diretivo que se encontravam em funções - Bruno de Carvalho, Carlos Vieira, Rui Caeiro, José Quintela, Luís Roque, Luís Gestas e Alexandre Godinho.
A suspensão preventiva e interdição de entrada nas instalações, decretada a 8 de junho, tinha em conta a gravidade dos factos apontados. Recorde-se que, entre estes, se destacava a oposição continuada e acirrada à realização da Assembleia Geral de dia 23 de Junho passado, legalmente convocada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, e que tinha entre os pontos da Ordem de Trabalhos a possibilidade de destituição do mesmo Conselho Diretivo. Esta AG apenas se realizou depois de intervenção judicial e dela resultou o afastamento, por 71% dos votos a favor, deste Conselho Diretivo.
Estatutariamente foram convocadas eleições para dia 8 de setembro, com o prazo de entrega de listas até 8 de agosto. A mera descrição cronológica faz, pois, cair por terra as insinuações de que a suspensão visava apenas impedir alguns candidatos de apresentarem as suas listas. Quando foram suspensos não havia no horizonte qualquer eleição e esta Comissão estava impedida de entrar nas instalações do Sporting Clube de Portugal. Ao contrário, os ora visados não se coibiram de desrespeitar a interdição de o fazerem e de anunciarem que jamais teria lugar a AG de 23. Acresce que criaram - e este é outro dos pontos graves da acusação - órgãos não estatutários com os quais tentaram iludir os sócios. Convocaram ilegalmente duas Assembleias Gerais e desrespeitaram não só órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal, como diversos sócios sobre os quais não pouparam insultos.
Todos estes factos são firmemente condenados pelos Estatutos e pelo Regulamento Disciplinar, que entrou em vigor a 17 de fevereiro passado.
A sanção mais grave prevista no Sporting Clube de Portugal é a expulsão de sócio. Tendo legitimidade para tomar essa medida, e havendo matéria suficiente para o fazer, não quis esta CF deixar de considerar atenuantes e de respeitar o passado do clube.
A segunda sanção mais grave, à data em que correram os factos (anteriores à AG de 23 de junho) era, pelos estatutos então em vigor, um ano de suspensão.
Por ter sido, inegavelmente o principal artífice e responsável da situação grave e antiestatutária criada, foi esta a pena que o CF aplicou ao ex-presidente Bruno de Carvalho.
A todos os restantes elementos, à exceção de Luís Roque, foi aplicada a pena de 10 meses de suspensão.
Por último, a Luís Roque, que conseguiu provar a sua ausência das reuniões onde estes atos mais graves foram decididos, embora não provasse a sua oposição ativa aos mesmos, aplicou-se a pena de repreensão registada.
Todos os visados poderão apresentar recurso para a Assembleia Geral, nos termos dos Estatutos.
A presente decisão, unanimemente tomada pelos cinco elementos do CF, decorre de inúmeros dias de trabalho voluntário, ouvindo testemunhas, respondendo a requerimentos e esclarecimentos e coligindo um processo que contém mais de 500 páginas de documentos.
Em curso estão mais processos nesta CF, nomeadamente contra elementos que aceitaram pertencer a órgãos não estatutários, bem como outros requerimentos de sócios que visam o comportamento dos mesmos visados e, nomeadamente do ex-presidente Bruno de Carvalho, durante e nos dias posteriores à Assembleia Geral.
Bruno de Carvalho disse que iria a eleições apesar da suspensão de um ano
O ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho disse que que iria concorrer às eleições de 08 de setembro e que a Comissão de Fiscalização (CF) iria ser obrigada pela justiça a permitir que a sua candidatura concorra.
“Já agimos judicialmente, nada disto é novidade. Há várias providências cautelares interpostas e a CF vai ser obrigada a fazer aquilo que não quer, que é levar-nos a eleições. Garantidamente!”, disse o ex-presidente do Sporting na apresentação da sjua sede de candidatura.
De resto, Bruno de Carvalho reiterou que não reconhece a CF por esta ser anti-estatutária e ilegal e que na Assembleia Geral do passado dia 23 de junho muitos sócios que votaram pela destituição do Conselho Diretivo o fizeram para que houvesse eleições e uma renovação da sua equipa diretiva.
O ex-presidente ‘leonino’ acrescentou que a maioria dos sócios que foram votar em 23 de junho desconheciam a existência de uma nota de culpa, que foi lida no pavilhão Atlântico em voz baixa, contra os elementos do Conselho Diretivo que se mantinham em funções.
Recordou ainda as declarações de Jaime Marte Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral, que afirmou que ele [Bruno de Carvalho] podia concorrer às eleições já depois da sua destituição e acusou os demais candidatos à presidência do clube de falta de coragem por não quererem que vá a votos.
Questionado sobre a desistência do candidato Zeferino Boal a favor de José Maria Ricciardi, foi irónico: “Enquanto sportinguista fiquei preocupado, pois tratava-se de um excelente candidato, que acha que Ricciardi é melhor candidato do que ele. Estou ansioso por debater e a ir a votos com Ricciardi e os restantes candidatos, é assim que se faz a democracia.”
Bruno de Carvalho: "E-mail que a Comissão de Fiscalizou me enviou foi para o spam"
Bruno de Carvalho já que tinha sido suspenso pela Comissão de Fiscalização, já tinha dito que não a reconhecia como tal.
"Não reconheço nem reconheço a Comissão de Fiscalização. O e-mail que eles mandaram para mim foi para o spam. Não me considero suspenso de absolutamente nada. O processo é todo ilegal. Que digam à Comissão que estiveram aqui centenas que não conseguem desmobilizar e vão ser obrigados a levar-nos a eleições. Já agimos juridicamente", afirmou na apresentação da sua lista, esta quina-feira ao final da tarde.
Comentários