Centenas de adeptos portuenses do Sporting celebraram o 19.º título de campeão nacional de futebol entre a Avenida dos Aliados e a rotunda da Boavista, debaixo de chuva intensa e predominantemente em viaturas particulares.

Por volta das 22:30 de terça-feira, quando os ‘leões’ garantiam a conquista do cetro 19 anos depois, ao vencer o Boavista (1-0), em jogo da 32.ª jornada da I Liga, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, as buzinadelas já se tornavam um ruído indistinto de festa.

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“Vi o Sporting ser campeão duas vezes e foi uma loucura. Na altura, ainda era puto. Este título sabe muito melhor, porque tenho 34 anos”, desabafou à agência Lusa David Fernandes, visivelmente eufórico e acompanhado por um fã benfiquista na sua viatura.

A noite diluviana não demoveu o entusiasmo ‘verde e branco’, cujas manifestações espontâneas até começaram por ser tímidas, mas foram subindo de intensidade com o avanço da hora, congregando adeptos de diversas faixas etárias e proveniências.

“Tenho outra pessoa em casa que também é sportinguista e disse-me logo que não vinha com este tempo. Eu disse sempre que vinha, fôssemos campeões hoje ou na próxima semana”, partilhou Maria Fernandes, de 60 anos, agitando uma bandeira de plástico.

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Carros e motas particulares, vários com adeptos debruçados nas janelas e tejadilhos, de cachecóis em punho e reavivando gritos de campeão, entraram em marcha lenta no espírito da festa, volta após volta à rotunda da Boavista ou à Avenida dos Aliados.

“É uma sensação ótima e de muita felicidade. 19 anos à espera? Foi muito pacífico e sabia que o dia ia chegar”, assinalou Célia Antunes, de 27 anos, enquanto escutava em alto som a música “Só eu sei porque não fico em casa”, celebrizada no título de 2001/02.

A preferência pela celebração através da longa caravana automóvel, em detrimento dos habituais ajuntamentos prévios à pandemia de covid-19, beneficiou o cumprimento do distanciamento social, ainda que o uso massivo de máscara nem sempre fosse regra.

“Este título significa muito, porque é sempre contra tudo e contra todos. FC Porto, Benfica e Sporting de Braga foram grandes adversários e fizeram com que a nossa vitória fosse muito mais saborosa e valiosa”, comentou Bernardo Machado, de 57 anos, distribuindo méritos pelo presidente Frederico Varandas, o treinador Rúben Amorim e os jogadores.

Além dos veículos apinhados a assinalar o fim do maior ‘jejum’ de campeonatos na história do Sporting, alguns adeptos mostraram-se resistentes à chuva e celebraram na Praça de Mouzinho de Albuquerque, vulgarmente conhecida como rotunda da Boavista.

“Quando era pequenino, não festejei. Agora, tem sido uma sensação indescritível. Parece que as palavras não saem. É incrível. Nunca desistimos do Sporting e o Sporting nunca desistiu de nós. Apesar de termos visto muitos altos e baixos, 19 anos depois estamos aqui para dizer que o clube não está adormecido”, vincou Diogo Rocha, de 22 anos.

A madrugada confluiu o epicentro da celebração ao redor do monumento de tributo aos Heróis da Guerra Peninsular, famoso pela alta coluna onde um leão esmaga uma águia, deixando gradualmente vazia a Avenida dos Aliados, salão de festas do rival FC Porto.

“A presença dos adeptos fortalece a equipa e significa muito, mas os jogadores sabem, principalmente com as tecnologias atuais, que nós estivemos sempre cá. Com todo o respeito, Nuno Santos e Rúben Amorim são os meus ‘lampiões’ preferidos”, ironizou.

Ao lado de Diogo Rocha, Bruno Pereira, também com 22 anos, considerou o jovem treinador do Sporting como o protagonista do título, enaltecendo “a maneira como pegou na equipa e a confiança que deu aos atletas”, permitindo-lhes “jogar o dobro ou o triplo”.

“Fica a mensagem de que não estamos mortos. Quiseram-nos fazer de mortos esta época, dizendo que íamos ficar a meio da tabela e dando 3% de probabilidades de ser campeões. Conquistámos o título a duas jornadas do final e estamos imbatíveis. Esta equipa provou o que ter a garra do Sporting. Isto é nosso e vamos festejar”, apontou.

O reforçado contingente policial presente desde cedo nos dois principais espaços portuenses do êxtase ‘verde e branco’ impediu incidentes ao longo da noite, confirmou à Lusa fonte do Comando Metropolitano do Porto da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Ao fim de três horas, já com o trânsito mais normalizado, os foliões tinham dispersado, excetuando algumas dezenas, que prometeram saudar a alta voz os novos campeões nacionais madrugada fora, numa cidade afeiçoada a comemorar de azul e branco.

O Sporting sagrou-se na terça-feira campeão português de futebol pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, ao vencer na receção ao Boavista, por 1-0, com um golo de Paulinho, aos 36 minutos do jogo da 32.ª jornada da I Liga.

Quando faltam duas jornadas para o fim do campeonato, os ‘leões’ somam 82 pontos, mais oito do que o FC Porto, segundo classificado, que detinha o título.

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