A primeira academia de futebol em Angola do Sporting Clube de Portugal vai funcionar no complexo desportivo Norberto de Castro, em Luanda, prevendo formar mais de 200 jovens atletas e alguns técnicos locais, divulgou hoje aquele clube angolano.
A informação foi avançada hoje em conferência de imprensa pelo presidente da Fundação com o mesmo nome, Norberto de Castro, fruto de um protocolo de cooperação que será assinado em Luanda, na próxima semana entre o presidente do clube português e a agremiação angolana.
Desta parceria, segundo o dirigente desportivo, vai nascer a Escola Academia Sporting Norberto de Castro, tendo o responsável assinalado ganhos não só para o complexo desportivo que dirige, mas também para o país, em termos de descoberta e formação de novos talentos no futebol.
"Todos nós sabemos as qualidades e a potência do Sporting Clube de Portugal em termos de formação de jovens atletas e está aí a prova de muitos e muitos atletas formados pelo Sporting. É um bem para nós, um bem para o próprio país", assegurou Norberto de Castro.
Uma delegação do clube de Alvalade, chefiada pelo seu presidente, Bruno de Carvalho chega no dia 03 de abril a Luanda, para a assinatura no dia seguinte deste protocolo, divulgou ainda o responsável.
Consta do convénio a ser assinado entre a escola pioneira em Angola na formação de talentos para o futebol e o clube português também o intercâmbio de jogadores e treinadores de ambos os clubes. Contudo, segundo o vice-presidente do clube, Ferreira Gomes, o acordo não envolve contrapartida financeira.
"A nossa parceira com o Sporting, a par de intercâmbio com os jogadores e corpo técnico, envolve outras situações de cariz social. A nossa parceria não envolve contrapartidas financeiras e depois o Sporting terá prioridade à luz dos jogadores que teremos aqui disponíveis", explicou.
O Complexo Desportivo e Escolar Norberto de Castro, localizado em Viana, um dos municípios mais populosos de Luanda, foi fundado a 28 de agosto de 2005, pelo presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Nos últimos anos, o complexo tem-se debatido com vários problemas, como a falta de apoio das autoridades para o seu regular funcionamento, daí que o seu presidente augura por apoios não só do Estado, mas também de particulares, para a manutenção do espaço.
"Nós fizemos um trabalho social a nível do país que é reconhecido. De facto, é difícil sobreviver sem contrapartidas, mas eles entenderam a nossa preocupação e só nos falta de facto é procurarmos parceiros locais para podermos sobreviver, porque se nós não encontrarmos parceiros locais vai-nos ser muito difícil progredir", disse Norberto de Castro.
O complexo funciona com mais de 200 crianças e prevê cadastrar mais 50 crianças, a nível do país, para fazerem parte do ciclo de formação, de acordo com o presidente do clube angolano.
O responsável anunciou ainda que dois jovens oriundos do núcleo de formação da província angolana do Huambo seguem no próximo mês para a Academia do Sporting em Portugal para serem avaliados.
"O Estado [angolano] deveria comparticipar este projeto porque, a par de formação desportiva, nós também nos preocupamos com a formação académica do jovem que entra para o nosso complexo. Porque se a criança não tiver alguma formação, nada vai perceber do treino desportivo", concluiu.
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