O presidente do Sporting revelou que já foi gasto «mais do dobro» dos 7,45 milhões de euros (ME) anunciados em contratações para a equipa de futebol e que no final o montante «rondará os 30 milhões».

«Posso dizer que os valores investidos são muito superiores a esse [7,45 ME], mais do dobro», afirmou Godinho Lopes, em entrevista à Agência Lusa, prevendo que o montante global em aquisições fique «um pouco abaixo dos 30 milhões» prometidos na campanha eleitoral.

O presidente dos “leões” explicou as situações que fizeram disparar os valores: «Temos de pagar os passes dos jogadores, muitas vezes aos agentes destes, noutras não adquirimos a totalidade do passe, noutras ainda há prémios a pagar de “performance”, do número de jogos, das prestações no campeonato, etc».

Durante a campanha eleitoral Godinho Lopes prometeu investir 30 ME no reforço da equipa de futebol, mas admitiu que “com as aquisições que ainda vão ser feitas, o valor ficará pouco abaixo dos 30 milhões”.

«É claro que há pagamentos que são deferidos, o que não quer dizer que não tenhamos de assumir essa responsabilidade», frisou.

Esses 30 ME resultam de dinheiro que o «Sporting conseguiu» e de «dois grupos de parceiros», que são co-investidores, um deles um «fundo estrangeiro que comparticipa na compra de jogadores» e outro, um «veículo financeiro criado por uma organização exterior», à qual o clube propõe «jogador a jogador».

«Esses parceiros compram e adquirem uma parte dos passes, garantindo o Sporting o direito e a gestão desportivas dos jogadores», explicou Godinho Lopes.

Já em relação à verba prometida de 10 ME destinada a assumir os encargos com a dispensa de jogadores, «tem vindo a diminuir» devido à «não entrada do dinheiro do fundo de 15 ME» prevista e também por causa dos «problemas financeiros».

Godinho Lopes reconheceu que há jogadores que «interessa dispensar», outros que «interessa colocar», que até podem «ter sucesso para onde forem e regressar a Alvalade», e outros, ainda «provenientes da formação que também interessa colocar», cujos salários «não são totalmente pagos» pelos clubes para onde vão.

«Só no ano passado pagámos 3 milhões e 900 mil euros de jogadores que estavam noutros clubes. Queremos reduzir essa verba para metade e daqui a um ano não queremos pagar nada», referiu Godinho Lopes, prometendo colocar na próxima época os jogadores «em clubes que paguem os salários», mesmo que isso signifique «clubes estrangeiros, campeonatos mais competitivos e uma formação distinta».

Segundo o dirigente, o fundo de jogadores de 15 ME, negociado pela anterior gerência ainda não foi aprovado devido à «reavaliação» que o Sporting fez do dossiê, que estava em “banho-maria” na Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) desde Fevereiro.

O Sporting «reanalisou os jogadores que faziam parte do fundo» e foi discutir com «duas instituições a tomada firme», cada uma com 7,5 milhões de euros e o assunto está «em apreciação», devendo «merecer aprovação» durante o mês de Julho.

«Reunimos as condições, quer do ponto de vista da substituição dos jogadores de acordo com o plantel que hoje temos – não fazia sentido pormos jogadores que queremos dispensar –, actualizámos os que estavam no fundo, garantimos a tomada firme e o assunto será remetido à CMVM para aprovação», explicou Godinho Lopes.

Questionado sobre o realismo de uma afirmação recente de Luís Duque, segundo a qual o Sporting iria lutar pelo título já este ano, interrogou: «Se tiver numa estrutura alguém em baixo que diz que quer obter determinado resultado você apoia-o ou tira-lhe o tapete?».

Seja como for, diz «concordar com Luís Duque» e reiterou que está a criar uma estrutura no futebol que permita ao Sporting «ser campeão no próximo triénio».