“O Sporting manterá, directa e indirectamente, maioria do capital [da SAD] e essa é uma condição ‘sine qua non’ da reestruturação financeira”, sublinhou Rita Corrêa Figueira.

Indicou que “ainda estão em estudo” os mecanismos para que essa maioria se mantenha, quaisquer que sejam as alterações ao plano de reestruturação financeira acordadas entre o Sporting e a banca.

A administradora executiva da SAD do Sporting observou que, mesmo depois de a emissão de VMOC (valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis) ser convertida em acções, será garantido que seja o grupo Sporting a manter a maioria do capital.

Recordou que também estão previstos a transmissão da academia (um “leasing” que pertence ao Sporting Clube de Portugal) para a SAD e um aumento de capital da sociedade, para que o Sporting mantenha essa maioria de capital no fim dos cinco anos de maturidade previstos para os VMOC.

O último relatório e contas da SAD do Sporting recorda que a Assembleia-Geral já autorizou a emissão de VMOC até ao montante de 60 milhões de euros.

O relatório precisa que “essa operação elevará os capitais próprios [activo menos passivo] da Sociedade no montante correspondente ao da emissão”, sendo “previsível que seja concluída durante o primeiro semestre do exercício 2009/2010”, isto é, até ao fim do corrente ano civil.

A SAD do Sporting tem actualmente um capital social de 42 milhões de euros, constituído por 21 milhões de acções com um valor nominal de dois euros.

Rita Figueira afirmou que o preço de cada VMOC ainda não está decidido e dependerá do valor em bolsa das acções da SAD do Sporting.

O último relatório e contas da SAD do Sporting revelou um prejuízo superior a 13 milhões de euros no exercício 2008/2009, terminado a 30 de Junho, e um agravamento da situação líquida, com capitais próprios negativos em 15,9 milhões de euros, o que é considerado geralmente uma situação de falência técnica.

O relatório da SAD afirma que “o processo de reestruturação financeira do Grupo SCP permitirá inverter a tendência de agravamento de exposição da Sociedade face às responsabilidades assumidas pelo Grupo SCP, como vinha acontecendo nos últimos anos, para se passar a poder reduzir de forma consistente essa mesma exposição”.