Um teste à paciência do Sporting. Foi isso que a Académica ofereceu na sua 63ª visita a Alvalade, com um “clássico” do futebol português de sentido único no qual só os leões mostraram vontade de ganhar. E da vontade à realidade foram precisos longos 75 minutos que puseram à prova a paciência dos muitos adeptos que acorreram “à moda antiga” ao estádio numa solarenga tarde de domingo.
Fiéis à imagem positiva dos últimos jogos, os leões rapidamente impuseram o seu domínio em campo, empurrando os ‘estudantes’ para a sua defesa. O filme inicial repetir-se-ia ao longo de praticamente 90 minutos, mas a tensão e o nervosismo em Alvalade perante uma possível nova escorregadela em casa poderiam ter sido evitados caso Montero tivesse aproveitado logo aos 8’ a primeira grande ocasião de golo do Sporting, mas o cabeceamento do colombiano errou o alvo.
Ao início de jogo forte, a equipa de Marco Silva não conseguiu juntar a necessária eficácia e clarividência na abordagem à baliza de Lee. Travados por um verdadeiro “autocarro negro”, os leões não encontravam uma via aberta para chegar ao golo e assim o nulo chegou surpreendentemente ao intervalo.
No segundo tempo, mudaria tudo para ficar (quase) tudo na mesma. E esse tão importante ‘quase’ passaria por João Mário, mas já lá vamos. Depois de uma nova entrada pressionante e dominadora, em que a Académica se mostrava competente a defender e absolutamente inexistente no ataque, o técnico leonino lançou Carlos Mané e Tanaka, aos 67’, para o derradeiro assalto à baliza da Briosa.
Uma vez mais, o avançado japonês foi sinal de fortuna para a formação de Alvalade. Bastaram oito minutos em campo para contribuir decisivamente para a mudança do jogo. Aos 75’, William cruzou para Tanaka, que surgiu em boa posição no coração da área a cabecear para uma boa estirada de Lee. Boa, mas incompleta, pois para a recarga estava já pronto João Mário, que cabeceou para o golo e para a vitória. Com o 1-0, houve a convicção geral em Alvalade que o mais difícil estava feito e que o triunfo já não escapava.
Só a perder é que a equipa de Paulo Sérgio se lembrou da baliza de Rui Patrício, até então um mero espectador ao lado dos 37769 que estiveram nas bancadas. Os incipientes contra-ataques da Académica nos derradeiros minutos apenas atestaram a imensa superioridade do Sporting, que assim deu um passo de gigante na sua recuperação na Liga. E o segundo lugar está já a apenas um ponto.
Na análise ao encontro, Marco Silva realçou o que já se tinha visto sobre o relvado: uma clara hegemonia do Sporting. Por outro lado, Paulo Sérgio defendeu-se ao afirmar que não levara um “autocarro” para Alvalade. De facto, já não existia no final do jogo, ao ser ‘rebocado’ pelo golo de João Mário para um lugar cada vez mais fundo na classificação da Liga.
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