A Polícia de Segurança Pública (PSP) não registou, até cerca das 17:00, qualquer incidente na Altice Arena, em Lisboa, onde decorre a Assembleia Geral (AG) do Sporting em que se vota a destituição ou a continuidade do presidente Bruno de Carvalho.

"O policiamento que foi montado e preparado para este evento mantém-se normal, não há registo de qualquer incidente até ao momento. Os sócios estão a entrar facilmente e também contribuíram para a tarefa da polícia, ao não trazerem grandes objetos que possam impedir a sua entrada. A afluência tem vindo a aumentar, mas não há transtorno nas linhas de revista", afirmou a subcomissário da PSP Ana Carvalho aos jornalistas.

Além de aconselhar os sócios a "não trazerem objetos que possam barrar a entrada e atrasar todo o processo de revista", Ana Carvalho revelou que a principal preocupação da PSP é a manutenção da "ordem pública".

"A preocupação da PSP continua a ser a tranquilidade e a ordem pública. Todo o policiamento foi montado de forma pensada para o risco associado. Não há qualquer incidente a registar até ao momento", referiu.

De resto, afigura-se como muito provável que este venha a ser uma das AG mais concorridas da história do clube, se não mesmo a mais concorrida, dado o número de sócios que se tem deslocado à Altice Arena, havendo duas longas filas de espera para aceder ao interior do recinto, quando já passaram mais de três horas do início da reunião magna.

Os sócios do Sporting reúnem-se hoje para a primeira Assembleia Geral (AG) de destituição da história do clube, na qual decidirão o futuro do presidente, Bruno de Carvalho, legitimado há quatro meses por larga maioria.

A reunião magna foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.

Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato - aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais - é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.

Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcará presença no plenário que vai decorrer na Altice Arena, em Lisboa, a partir das 14:00.

Em vésperas da AG, o presidente ‘leonino’ afirmou que se afasta do cargo se a sua destituição for votada de forma fidedigna.

A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.

Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.

A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.

Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.