Uma testemunha da Operação Fénix admitiu hoje, em tribunal, que "intermediou" a contratação de segurança pessoal para o antigo presidente do Sporting Clube de Portugal Godinho Lopes, mas sublinhou que o serviço não chegou a ser prestado.

Godinho Lopes - que vai ser ouvido pelo tribunal no a 17 de março, por videoconferência - "dispensou" o serviço, pelo que não houve lugar a qualquer pagamento, acrescentou a testemunha.

A testemunha disse que, após ter sido informado de que uma chegada de Godinho Lopes ao aeroporto de Lisboa poderia ser "atribulada", contactou o responsável da empresa de segurança SPDE, Eduardo Silva, pedindo-lhe se arranjava "uns homens" para marcarem presença no local.

Eduardo Silva apenas terá dado um contacto de pessoas que conhecia em Lisboa, "desligando-se" do assunto.

Ainda de acordo com a mesma testemunha, foram mobilizados alguns homens para "proteger" Godinho Lopes mas este, à chegada ao aeroporto, terá "dispensado" os seus serviços.

A "Operação Fénix" é um processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados.

Os 54 arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.

A lista de arguidos integra a empresa SPDE - Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.

O sócio-gerente da SPDE, Eduardo Jorge Lopes Santos Silva, também responde por aqueles crimes e ainda por detenção de arma proibida.

O presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, e o ex-administrador da SAD portista Antero Henrique são igualmente arguidos no processo, por alegadamente terem contratado com a SPDE serviços de segurança pessoal, quando sabiam que a empresa não dispunha de alvará para o efeito.

Ambos já refutaram a acusação.

Para hoje, estava prevista a audição de Fernanda Miranda, ex-mulher de Pinto da Costa, mas o seu testemunho foi adiado para 22 de março, uma vez que não terá recebido a respetiva notificação.