O observador Custódio Nogueira, testemunha de acusação, disse na audiência na 2.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, que recebeu contacto telefónico do arguido Azevedo Duarte, membro do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de 1998 a 2004, para "prejudicar um árbitro de Portalegre e outro de Braga".
No testemunho prestado por videoconferência, o avaliador de árbitros recordou em resposta ao procurador do Ministério Público (MP) que, no caso do árbitro de Braga, "deu nota baixa - 37 pontos - apenas porque esteve mal fisicamente e teve uma má prestação".
Custódio Nogueira, a única testemunha ouvida na sessão de hoje do julgamento, adiantou ainda que também Pinto de Sousa, presidente do CA da FPF na altura e outro dos arguidos, lhe telefonou a propósito do árbitro de Braga, no dia seguinte ao jogo em que actuou (segunda feira), depois de o observador ter enviado o relatório de avaliação para a FPF.
O julgamento, em que 16 arguidos estão acusados de terem praticado crimes de falsificação de documentos para a viciação de classificação de árbitros no final das temporadas de 2002/03 e 2003/04, prossegue a 21 de Abril e a 05 de Maio, esta última audiência preenchida com as alegações finais.
Com nove sessões realizadas, este julgamento foi originado após ter sido extraída a certidão 51 do Apito Dourado, um processo judicial sobre eventual corrupção na arbitragem e no futebol profissional e outros crimes associados, uma investigação da equipa da procuradora adjunta Maria José Morgado.
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