Tiago Fernandes viveu uma 'montanha de emoções' esta época. Viveu por dentro a crise do Sporting, foi adjunto de Peseiro, treinador dos sub-23 e da equipa principal até sair para o Chaves, onde acabou por não ficar. Em entrevista ao jornal OJogo, o jovem técnico falou desta temporada de "aprendizagem".

"Foi uma época de aprendizagem, de evolução e conhecimento, com aspetos fundamentais na vida de um treinador: passar por diversas experiências em vários contextos; foi superprodutiva e aumentou o meu leque de conhecimentos, porque tive de tomar decisões, tive de arriscar. É isso que faz crescer um treinador. Depois de ser adjunto, técnico interino e dos sub-23 do Sporting, assumi o risco de sair para o Chaves - muitos não o correriam, mas esta é a minha forma de ser", explicou.

O técnico não se mostrou surpreendido quando chegou à equipa principal. Tiago Fernandes revelou que se preparou para o momento. Na saída, o que lhe marcou foi uma pergunta de um conceituado jogador do Sporting, que não quis revelar o nome.

"O momento que mais me marcou como interino? Primeiro a despedida, após o Chaves, onde até os capitães discursaram. Há, contudo, um jogador que me marcou muito, alguém com larga experiência, que venceu troféus importantes lá fora, e que na viagem de regresso de Londres, após o Arsenal, passou por mim, pediu para se sentar, falar comigo e disse: "Não sei por que te vais embora. Isto estava perfeito contigo", revelou.

Ma mesma entrevista ao diário OJogo, Tiago Fernandes revelou que o Sporting poderia ter lutado com o Benfica e FC Porto pelo título, caso não tivesse perdido alguns jogadores devido a lesão. O técnico explicou como ajudou Sousa Cintra a organizar o Sporting depois da crise instalada, após a invasão a Alcochete.

"No início da época, Sousa Cintra chamou-me para uma reunião. Pegámos o touro pelos cornos, formámos o plantel principal, o de sub-23 e até uma equipa B, que não avançou. Mudámos o balneário todo, dissemos aos jogadores que o 15 de maio já era passado e que teríamos de dar um passo em frente, porque o Sporting não poderia parar. Garantiu-se o regresso do Bruno [Fernandes] do Bas [Dost] e do Battaglia - formámos uma equipa competitiva, que dava para lutar pelo título. Se não tivéssemos perdido jogadores pelo caminho, devido a lesão, teríamos uma equipa capaz de lutar com Benfica e FC Porto. Reorganizámos o Sporting e a entrada do presidente Frederico Varandas foi, depois, muito importante", atirou.