O antigo jogador e treinador do Benfica Toni considera que o vencedor do clássico de sábado entre Benfica e Porto, da 27.ª jornada da Liga NOS, vai sair reforçado na luta pela conquista do título.

Em declarações à agência Lusa, este histórico do clube da Luz recorre à sua larga experiência em embates entre águias e dragões para defender que a atual vantagem encarnada de um ponto "é muito curta", mas que um eventual triunfo pode abrir as portas do campeonato.

"Quem ganhar fica com o caminho mais aberto, mas sem que este caminho decida o campeão, quando ainda ficamos a sete jornadas do fim. Ainda há um longo caminho para jogar. Quem ganhar sai reforçado do ponto de vista anímico", sublinha o antigo internacional português, sem esquecer o Sporting, que pode voltar a aproveitar um empate dos dois rivais para se aproximar.

Confrontado com o peso que a magra vantagem pontual encarnada pode assumir na estratégia de Rui Vitória para o jogo, Toni defende que um ponto não vai influenciar a abordagem: "O Benfica viveu essa situação o ano passado, mas é uma margem muito curta para um calendário com jogos de dificuldade elevada."

"Não iremos encontrar um FC Porto deliberadamente à procura de ganhar, desequilibrando a equipa, da mesma forma que o Benfica irá manter os seus princípios e processos. É um jogo onde se pode dar esse tal passo para o título. Benfica e FC Porto irão discutir o jogo na perspetiva de cada um deles poder chegar à vitória", acrescenta.

O técnico, de 70 anos, reconhece que nos últimos desafios o Porto registou um crescimento acentuado, assinalando diversos motivos para a evolução da formação de Nuno Espírito Santo. "Houve alterações na forma de jogar do Porto, com o aparecimento do Soares, e também a subida de forma de jogadores determinantes, como o Brahimi, o Óliver e o Corona", explica.

Recusando um FC Porto dependente da eficácia do avançado brasileiro contratado no mercado de inverno ao Vitória de Guimarães, Toni garante também que o Benfica não vive demasiado dependente da inspiração do médio português Pizzi.

"Claro que o Pizzi tem sido uma peça importante na fase de construção de jogo, aparecendo até muitas vezes para finalizar. Mas, se o Jonas estiver bem, acaba por vir jogar entre linhas e ajudar na construção do ataque", sublinhou.

Por fim, o veterano treinador argumenta que a paragem competitiva para os jogos das seleções será prejudicial para as duas equipas: "Tanto um como outro poderão queixar-se de ter dois dias ou apenas um para preparar o jogo. Além de não poderem contar com eles para preparar o jogo, há também o efeito das viagens. Isso acaba por não ajudar em nada os treinadores."

O clássico da 27.ª jornada da Liga NOS entre Benfica, líder do campeonato com 64 pontos, e FC Porto, segundo classificado com 63, está marcado para as 20H30 deste sábado, no Estádio da Luz.