O treinador do Vitória de Guimarães, José Peseiro, afirmou hoje que o desequilíbrio sentido na edição da I Liga portuguesa de futebol, prestes a terminar, prejudica quer as "equipas grandes", quer as "pequenas".

Face a um campeonato marcado pelo ‘fosso' entre os quatro primeiros classificados e as restantes equipas - o quarto classificado, Sporting de Braga, tem 75 pontos, mais 27 do que o Rio Ave, quinto -, o técnico realçou que nem as equipas no lote da frente, nem as equipas no ‘pelotão' de trás beneficiam de tal "disparidade de recursos".

"Perdem as equipas pequenas que não têm capacidade para fazer grandes plantéis e fazer um jogo mais positivo e mais aberto. Os grandes não ganham nada com isso, porque depois têm falta de jogo contra equipas que lhes criem dificuldades", disse, na conferência de antevisão ao jogo com o virtual campeão nacional, FC Porto, da 34.ª e última jornada, agendado para as 16:00 de sábado, em Guimarães.

Para Peseiro, este desequilíbrio tem diminuído as possibilidades de as equipas lusas mais cotadas repetirem os "grandes trajetos na Europa" de outras épocas e contribuiu para a subida da Rússia ao sexto lugar do ‘ranking' da UEFA, em detrimento de Portugal, facto que, a seu ver, deveria ser combatido com maior equilíbrio.

Questionado ainda sobre as diferenças entre a sua prestação enquanto treinador do FC Porto, na época 2015/16 - foi terceiro classificado e perdeu a final da Taça de Portugal, com o Sporting de Braga, no desempate por penáltis - e a do atual técnico portista, Sérgio Conceição, Peseiro elogiou o trabalho da estrutura portista nesta época, mas realçou que houve contextos diferentes.

"A minha passagem pelo FC Porto teve um contexto e recursos diferenciados. Entrei a meio da época, e não se pode comparar. O FC Porto está fortíssimo nesta época", disse o treinador vitoriano.