O coletivo de juízes da 3.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, presidido por José Manuel Barata, considerou que não é «absolutamente indispensável para a descoberta da verdade material a presença» de Vale e Azevedo «desde o início do julgamento.»
A aguardar a decisão do processo de extradição para Portugal em Londres, com passaporte confiscado e a proibição de se ausentar do Reino Unido, Vale e Azevedo requereu ao tribunal o adiamento do início do julgamento por um período previsto «de dois meses.»
O Ministério Público e o assistente da Benfica SAD, o advogado José Marchueta, não se opuseram, mas o coletivo de juízes entendeu indeferir o pedido de Vale e Azevedo.
Também a defesa de Vale e Azevedo não se opôs, com a advogada de escala Isalete Alfaite convocada para o ato de hoje, o primeiro do julgamento, em substituição da advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, ausente devido a doença.
O julgamento prossegue a 16 de outubro, com a audição das duas primeiras testemunhas do processo, em que João Vale e Azevedo será julgado pelos crimes de peculato de mais de quatro milhões de euros do clube, de branqueamento de capitais, de falsificação de documentos e abuso de confiança.
Presidente do Benfica de 03 de novembro de 1997 a 31 de outubro de 2000, Vale e Azevedo está indiciado de alegada apropriação indevida de verbas resultantes das transferências dos futebolistas Scott Minto, Gary Charles, Amaral e Tahar el Khalej.
João Vale e Azevedo pediu a nulidade da acusação, com a alegação de que tinha uma conta corrente com o Benfica, clube que viveu uma crise financeira de 1998 a 2000, com algumas contas a serem penhoradas de 24 de abril a 13 de junho de 1998.
A Benfica SAD, que se constituíu como assistente no processo, pede uma indemnização cível no valor de mais de sete milhões de euros.
Este julgamento esteve marcado para 12 de outubro de 2010, mas o juiz do processo optou por não o realizar à revelia de Vale e Azevedo, por não ter sido possível a sua notificação em Londres.
Comentários