Em dia de Óscares, a grande estrela de Alvalade voltou a ser, indiscutivelmente, Nani. Depois de alguns desempenhos menos inspirados nos últimos “filmes” – ou seja, nos jogos anteriores -, o extremo português voltou a exibir o seu enorme talento, realizando e interpretando a vitória do Sporting sobre o Gil Vicente, por 2-0, em jogo da 22ª jornada da Liga.
Perante a equipa de Barcelos, Marco Silva fez algumas mudanças no seu ‘casting’ habitual, com o elenco inicial a apresentar nomes pouco ‘rodados’, como Miguel Lopes, André Martins, Carlos Mané e Tanaka. Todavia, não foi só pelas surpresas que o arranque dos leões não foi muito convincente. Sim, era superior, dominador, mas longe de ser encantador. E nem Nani parecia escapar à mediania nessa fase.
A primeira parte arrastou-se numa toada pouco ritmada e onde alguns ‘atores’ falharam oportunidades clamorosas de brilhar. Disso foram exemplo Carlos Mané e João Mário, em ocasiões diferentes e no espaço de um singelo minuto. Assim, o enredo complicava-se para o Sporting, obrigado a resolver tudo na etapa complementar. Os gilistas, que eram atores secundários no filme do regresso às vitórias do clube de Alvalade, assumiam já um protagonismo inesperado, ao bloquear em demasia a inspiração sportinguista.
No entanto, aos 52’, Nani passou a ditar o ritmo da ação e deixou a sua marca em todo o campo. Primeiro, assistiu de cabeça o japonês Tanaka para o primeiro golo leonino, depois de um canto de Jefferson, libertando assim a tensão que já se começava a instalar entre o público que quase enchera a ‘sala de espetáculos’ (42098 espectadores). Um pormenor digno de um Óscar de ator secundário no primeiro golo.
Ainda assim, o melhor estava para vir. Aos 69’, o internacional português chamou a si todos os holofotes com um golo de levantar o estádio. Um magnífico remate de pé esquerdo a 30 metros da baliza de Adriano não só teve o mérito de encerrar as contas da partida, como ainda deixou Nani coberto de lágrimas de felicidade.
Um golo notável, num desempenho merecedor agora do Óscar para melhor ator principal. Com efeito, saber ser simultaneamente um secundário e um protagonista de luxo não é para qualquer um. E Nani, seguramente, não é um jogador qualquer neste Sporting, saindo para a ovação pouco tempo depois.
O filme em Alvalade estava já sentenciado, relegando os jogadores do Gil Vicente para a condição de espectadores passivos no jogo em que pouca ou nenhuma influência já tinham. Desta forma, o fim do encontro marcou o regresso aos êxitos do Sporting, que se colocou provisoriamente a dois pontos do rival FC Porto.
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