Na passada semana, com o triunfo caseiro sobre o rival e tetracampeão, FC Porto (1-0), chegou a confirmação de que os cerca de 25 milhões de euros investidos em Ramires, Javi García e Saviola, entre outros, foram bem aplicados: o Benfica do técnico Jorge Jesus e do dirigente Rui Costa voltou a receber "dragões" com vantagem pontual e seguiu, pela sexta vez em 25 anos, à frente dos portistas na 14.ª jornada, em rota com o título que não comemora desde 2005.

Além disso, mais de 450 mil pessoas assistiram aos 12 encontros oficiais disputados na "Nova Catedral" esta temporada, muito graças ao mobilizador e popular treinador e aos espectáculos produzidos em todas as competições: 17 vitórias, três empates e quatro derrotas, em 24 partidas.

Apesar da eliminação da Taça de Portugal, em recepção ao Vitória de Guimarães (0-1), o Benfica apurou-se para os 16-avos-de-final da Liga Europa e já alcançou oito goleadas (vitórias por quatro ou mais golos de diferença), numa média de 2,6 golos marcados e 0,6 sofridos, em todas as provas.

Na Liga, o melhor ataque e o melhor concretizador são "encarnados" - 14 dos 38 golos marcados são do paraguaio Cardozo -, enquanto o Sporting de Braga foi a equipa a sofrer menos (seis), face aos nove dos lisboetas.

Nem no último ano em que chegaram ao título, em 2004/05, sob as ordens do italiano Giovanni Trapattoni, as "águias" voaram tão alto, pois nessa temporada o FC Porto, com três treinadores (o italiano Del Neri, o espanhol Victor Fernandez e José Couceiro), perdeu 40 pontos, 24 dos quais em casa, e ficou a escassos dois pontos do campeão.

De resto, os três "grandes" do futebol português completaram aquele campeonato com a pior prestação conjunta de sempre, ao somarem apenas 61,4 por centos dos pontos possíveis (188 em 306).

A renovada confiança no plantel benfiquista já levou os adeptos a ultrapassarem este ano a fasquia dos seis milhões de espectadores na "Nova Catedral", desde a sua inauguração em Outubro de 2003, quase uma década depois de Manuel Vilarinho ter derrotado João Vale e Azevedo, já com o actual presidente "encarnado", Luís Filipe Vieira, na estrutura do clube da Luz.

No seu terceiro mandato, Vieira tem cumprido a promessa de se concentrar na vertente desportiva do futebol, depois de, segundo o próprio, ter equilibrado as finanças e dotado o emblema da Luz de infraestruturas, como o centro de estágio e formação do Seixal.

Ao terceiro ano de forte investimento em jogadores - o segundo com o antigo internacional português Rui Costa como director para o futebol -, parece ter sido de vez e o estatuto de maior clube do Mundo no Livro dos Recordes do Guinness parece seguro, uma vez que o Benfica conta já com cerca de 200 mil sócios, bem à frente de FC Barcelona (170 000) e Manchester United (150 000).