Em 1961, a surpresa. Em 1962, a confirmação. A 2 de maio de 1962, em Amesterdão – a cidade que volta a acolher os encarnados no próximo dia 15, com o Chelsea -, o Benfica sagrou-se bicampeão europeu. Uma conquista histórica para o clube da Luz e logo contra o Real Madrid numa final inesquecível da Taça dos Campeões Europeus.

Ao leme do campeão estava novamente o húngaro Bela Guttman. O homem a quem se atribui a famosa maldição para as finais europeias que se seguiriam foi também o grande responsável pela conquista de 1962. Embora tivesse ainda as estrelas do ano anterior e um “menino” chamado Eusébio, foi no banco de suplentes que começou a desenhar-se nova vitória.

Se muitos viam pela frente um adversário quase imbatível, com Di Stéfano, Puskas e Gento, Bela Guttman via agora um grupo de «velhos». Os ídolos do Real Madrid já estavam na reta final da carreira e o Benfica personificava o futuro, nomeadamente com Eusébio, que tinha apenas 20 anos. E o treinador húngaro puxou pela motivação dos seus jovens para depor os homens que tinham reinado na Europa do futebol entre 1956 e 1960.

Até à final de Amesterdão, o Benfica deixou pelo caminho o Áustria Viena, o Nuremberga e o Tottenham. Seguia-se o “osso mais duro de roer”.

O jogo nem começou bem para o Benfica. Puskas mostrou porque era um dos avançados mais letais do futebol mundial e em seis minutos (17’ e 23’) deixou o Real com uma vantagem segura. No entanto, os encarnados reagiram de forma rápida e José Águas e Cavém repuseram a igualdade, com golos aos 25’ e 34’. Mas Puskas ainda não tinha acabado a sua missão e antes do apito para o intervalo consumou o hat-trick (38’).

Se a primeira parte foi eletrizante, a segunda seria memorável para o clube da Luz. Após mais uma palestra motivadora de Guttman, o Benfica regressou para o campo com vontade de se encontrar com a história. Coluna fez o 3-3 com um grande remate aos 51’ e deu o mote para a reviravolta.

Foi então que Eusébio da Silva Ferreira saltou para o palco. Perante o seu ídolo Alfredo Di Stéfano, aquele que a história batizaria de ‘Pantera Negra’ assinou um ‘bis’ (65’ e 68’) que assegurou o ‘bis’ do Benfica na Taça dos Campeões Europeus.

Foi a segunda e última vitória em finais europeias do Benfica. Desde então passaram já 51 anos. Quis a história que o Benfica regresse em 2013 ao cenário da última conquista: Amesterdão. No dia 15 se verá se a capital holandesa é mesmo um talismã para o clube da Luz.