Vieira tornou-se o 33.º presidente do Sport Lisboa e Benfica a 10 de Novembro de 2002. Nessa altura a prioridade ia para a recuperação da imagem do clube enquanto uma das maiores instituições desportivas de Portugal e para “arrumar a casa” em termos financeiros.

Reeleito para um terceiro mandato no começo desta época, Vieira prometeu total dedicação à conquista de títulos, e para isso foi buscar ao Braga Jorge Jesus e investiu forte no reforço do plantel de futebol, depois de já na época passada o orçamento ter sido avultado.

A par desta “nova” aposta, parte da estratégia de Vieira foi também alterada quando decidiu pegar nas rédeas do futebol encarnado. Nos bastidores diz-se que Rui Costa escolheu Quique Flores a época passada e Vieira condescendeu em ceder-lhe esse privilégio ou não fosse esse o ano de estreia do antigo número 10 nas lides directivas.

Feitas as contas no final da época, o Benfica perdeu o campeonato, arrastou-se na Liga Europa - onde não passou da fase de grupos – e contentou-se com a Taça da Liga que muitos declararam como uma oferta do árbitro Lucílio Baptista, naquela que ficará celebremente conhecida pela Taça Lucílio.

Entre as hostes encarnadas esgotava-se o reservatório de paciência para mais uma época de inêxitos e reeleito para o seu terceiro mandato, Vieira centrou em si o desafio de devolver ao Benfica a grandeza de resultados de outrora.

Decidido, foi buscar a Braga o seu treinador, depois de um ano em que abdicou desse direito em prol do director desportivo. Jesus era o homem que Vieira já escolhera há mais tempo e em entrevista recente confirmou mesmo que teve de se empenhar pessoalmente na contratação do “mister”:

“Se eu não apareço Jesus era treinador do FC Porto”, revelou ainda antes de deixar no ar que Rui Costa terá estado à margem desta escolha.

"Jesus esteve para trabalhar no Benfica há dois anos, no primeiro ano de Rui Costa como director desportivo. Mas não entrou por razões diversas", disse, deixando subjacente que terá sido a preferência de Rui Costa por Quique Flores a retardar a chegada de Jesus ao Benfica.

Aliás, o novo posicionamento de Rui Costa na estrutura encarnada é precisamente uma das novidades deste Benfica campeão. Vieira assumiu isso mesmo, explicando que o director desportivo dos encarnados “está numa fase de aprendizagem”.

No futebol é o resultado que fica para a História e com este título Vieira consegue mais um campeonato para o seu mandato, juntando-o ao conquistado em 2004/2005.

Contudo, pela hegemonia patenteada ao longo da época e até pelo relativo consenso quanto à justiça deste desfecho – mesmo entre alguns adversários – este terá certamente um sabor especial.