O Vitória de Guimarães reúne sábado em assembleia-geral (AG) para discutir e votar o orçamento da temporada 2012/13, que sofrerá uma redução significativa fruto da difícil situação financeira do clube.

O orçamento global será de 10 milhões de euros (ME), 5,5 ME para o futebol profissional, uma redução de 40 por cento. Na última época, o orçamento dos vitorianos para o futebol profissional foi de 9,1 ME (total global de 14,8 ME).

Apesar dos cortes drásticos, a direção liderada por Júlio Mendes prevê um resultado negativo de 1,7 ME.

A equipa B, que militará na Liga de Honra e será formada maioritariamente por jovens oriundos da formação vitoriana, tem um orçamento de 1,1 ME. 

O departamento juvenil terá pouco mais de 600 mil euros para gerir, praticamente o mesmo valor previsto para as modalidades que são alvo de um forte desinvestimento (quase menos 700 mil euros que na última temporada) e cujo «princípio orientador é o de garantir as condições mínimas para a sua manutenção».

Na nota da direção colocada no sítio do clube, Júlio Mendes explica que «o presente orçamento traduzirá o início de um novo ciclo de gestão».

O dirigente frisa que «a redução dos custos associados à equipa principal de futebol está bastante condicionada pela massa salarial dos compromissos contratuais existentes», mas notou que a direção vai baixar esses encargos em cerca de 50 por cento.

«As responsabilidades herdadas dos exercícios anteriores obrigarão a um esforço de tesouraria para além do previsto neste documento para pagamento do PEC [Plano Extrajudicial de Conciliação], rescisões, salários em atraso e outros credores», pode ler-se.

O Conselho Fiscal (CF) sublinhou o «rigor» da direção e deu parecer favorável ao documento. Contudo, alerta que este orçamento «não assegura ‘per si’ a indispensável sustentabilidade financeira do clube». 

«Os meios financeiros que liberta serão insuficientes para fazer face aos pagamentos decorrentes do PEC e demais compromissos (salários ainda por liquidar, custos com rescisões laborais, fornecedores, liquidação de dívidas a agentes desportivos, etc.)». 

Segundo o CF, o clube deverá dotar «o mais rapidamente possível» a tesouraria em valores acima dos 5 ME (excluindo os meios libertos constantes neste orçamento). 

Apesar de defender que «este orçamento, embora com resultados de exploração negativos, representa um esforço enorme de consolidação da despesa num contexto de forte dificuldade», o CF avisa que, «não sendo possível neste ano, é de todo crucial que a direção, já no próximo ano, leve a cabo todos os esforços por apresentar um orçamento com resultados líquidos positivos». 

A AG terá lugar no pavilhão do Vitória de Guimarães, com início marcado para as 14h00 de sábado.