O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Vítor Pereira, lamentou e condenou este sábado os danos causados ao árbitro Duarte Gomes, cujo automóvel foi vandalizado e o próprio revelou numa rede social.
O árbitro lisboeta publicou um comentário, que entretanto retirou, no qual revelava que o seu automóvel tinha sido vandalizado, com riscos, com lixo na parte de cima e com estragos no para-brisas, o qual fora torcido.
Duarte Gomes ironizou e disse que "passar por episódios destes pela enésima vez não é dramático, mas dramático é alguém achar que isso resulta", referindo que "quem sabe há muito o caminho que quer seguir não precisa de carro" e pode até ir a pé.
“Este clima e atos de violência e intimidação sobre os árbitros é inaceitável. É intolerável o contínuo de atos intimidatórios que, naturalmente, já sabemos que não terão reflexo”, disse à agência Lusa Vítor Pereira.
O presidente do CA lamentou o sucedido, a intimidação aos árbitros e lembrou que também Pedro Proença, de Lisboa, e Manuel Mota, de Braga, foram intimidados.
“Recordo que o Pedro Proença já foi vítima de agressões em espaços públicos, o Manuel Mota viu os seus estabelecimentos comerciais vandalizados, são casas a ser violentadas a altas horas da noite, campainhas a tocar, são ameaças com filhos bebés ao colo, isto é um clima intolerável”, acusou.
Vítor Pereira sublinhou que está “na altura de todos os dirigentes desportivos condenarem este tipo de condutas e fazerem também eles a defesa daquilo que é uma figura incontornável de um jogo de futebol, não há futebol sem árbitros”.
Para o responsável da arbitragem portuguesa é preciso deixar claro que os “árbitros não se deixam intimidar”, mas deixou a pergunta: “é preciso acontecer alguma tragédia para as pessoas se aperceberem das consequências graves que determinados tipos de climas podem ter?”.
Na opinião do presidente do CA estes atos que têm sucedido “são reflexo de determinado tipo de comentários e comportamentos, que têm consequências nestes atos de vandalismo e de vingança”