O presidente da Comissão de Arbitragem (CA) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Vítor Pereira, referiu hoje que três meses do projecto de profissionalização equivaleram a cinco anos de trabalho.
“Os três meses do projecto de profissionalização dos árbitros foi o mesmo que cinco anos de treinos ao fim da tarde”, disse.
De acordo com Vítor Pereira, “o nível médio das arbitragens esta temporada está ao nível dos dois anteriores e muito melhor que o primeiro” do mandato da actual CA. “Está a correr dentro do expectável. As situações ocorridas têm o mesmo peso para nós, seja ou não num jogo mediático. Este ano, a média é de 3,17 e no ano passado era de 3,19. Os valores médios são positivos e estão dentro dos parâmetros de outras épocas”, referiu.
Vítor Pereira falava no final de uma acção de avaliação e aperfeiçoamento dos árbitros do primeiro escalão, em que foram definidas algumas directivas para o resto da temporada.
Aos árbitros principais foi pedido “maior rigor com o cumprimento das áreas técnicas por parte dos treinadores”, “continuação do combate ao jogo violento, protegendo a integridade dos jogadores”, luta contra as simulações e a tentativa de “aumentar o tempo útil de jogo, em harmonia com os treinadores”.
Em relação aos assistentes, as duas principais directivas são um “maior rigor no acompanhamento das jogadas” e para, “em caso de dúvida, deixar seguir o jogo, mesmo correndo o risco de acontecer um golo, na sequência de um lance com um mínimo fora-de-jogo”.
À margem desta acção aconteceu a III acção com jornalistas desportivos, que começou com um sessão técnica de análise de lances, seguindo-se uma intervenção sobre o treino dos árbitros.
João Dias, responsável pelo treino dos juízes, referiu que há a preocupação de fazer um treino integrado entre as vertentes técnicas, físicas e mentais. Outro dos oradores foi o árbitro portuense Artur Soares Dias, que explicou a forma detalhada com que prepara os desafios, para “não ser apanhado de surpresa” e para “minimizar o erro”, lembrando que os juízes também estão “sempre em competição”.
Domingos Gomes, um dos vice-presidentes da CA, clarificou um pouco um trabalho dos observadores de árbitros, revelando que estes têm 45 minutos após o final do encontro para enviar por mensagem a nota a Vítor Pereira e mais 24 horas para entregar o relatório.
No final da acção, os jornalistas puderam experimentar o papel de árbitro e assistente, defrontando posteriormente uma equipa dos juízes, que terminou, invariavelmente, com muitas críticas à arbitragem.