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Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem, assume que fórmula classificativa penaliza árbitros com mais jogos.
O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) reconheceu hoje, à SportTV, que o método de avaliação em vigor para a classificação dos árbitros prejudica aqueles que apitam maior número de jogos.
«É verdade que os árbitros que apitam maior número de jogos são prejudicados, mas fomos todos surpreendidos com isso, desde o Conselho de Arbitragem, à APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) e aos árbitros”, disse Vítor Pereira, fazendo um “mea-culpa», para o qual tem as suas justificações.
O presidente do CA imputa ao aumento do número de jogos apitado por cada árbitro o falhanço do método de avaliação: «Cada árbitro fez em média 24 a 25 jogos, ou seja, mais 12 do que na época passada. Com o aumento dos quadros e com as normas classificativas aprovadas e em vigor, ninguém se apercebeu do seu impacto no processo classificativo. Se nos tivéssemos apercebido, teríamos tomado as medidas necessárias».
Não tomaram no início da época passada, mas vão fazê-lo agora, de acordo com Vítor Pereira: «Já discutimos as medidas a tomar no seio do CA para alterar a fórmula de classificação dos árbitros, de modo a que, independentemente do número de jogos que cada um apitar, haja uma solução mais justa e rigorosa para todos».
De resto, Vítor Pereira revelou existirem «desconformidades» na classificação dos árbitros que foram denunciadas junto do CA por alguns dos prejudicados, as quais foram alvo de análise em recente reunião que juntou os presidentes do CA, o presidente da FPF, Fernando Gomes, e o presidente da APAF, José Gomes.
Sobre as desconformidades a que aludiu, Vítor Pereira explicou tratarem-se de «dados aritméticos incorretos», que, ao ser introduzidos, alteram a classificação dos árbitros.
Além da mexida na fórmula de classificação, Vítor Pereira mostrou-se disponível para retirar, também, o grau de dificuldade atribuído aos jogos consoante as equipas envolvidas nos mesmos, e toda a margem subjetiva que cabe ao CA nessa tarefa, desde que seja essa a vontade e convicção dos árbitros e da APAF.
«A secção de classificações do CA, que está incumbida do processo de classificações, está disponível para alterar essa atribuição do grau de dificuldade em função dos jogos», revelou Vítor Pereira, não obstante entender que «um Benfica-FC Porto ou um Sporting-Sporting de Braga são, à priori, mais difíceis de dirigir do que um jogo da II Liga ou alguns da I Liga».
Questionado sobre a decisão de 15 árbitros em avançar com um pedido de impugnação às classificações, junto do Conselho de Justiça da FPF, não quis comentar, limitando-se a dizer que se trata do exercício de um direito que assiste aos juízes que optaram por essa via.
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