O Vitória de Guimarães cumpre no sábado 90 anos, numa altura em que vive a maior crise económico-financeira da sua história.

Com um passivo que ultrapassava os 20 milhões de euros em finais de março, altura em que Júlio Mendes se tornou o 24.º presidente do clube, o Vitória de Guimarães enfrenta um caminho difícil de regularização da sua situação económica, o que obriga mesmo à supervisão de um administrador judicial provisório para fiscalizar os atos de gestão da direção.

O Vitória viu aceite em julho o pedido apresentado ao Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAMPEI) para um Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC), de forma a poder pagar aos seus credores.

As dificuldades obrigaram os dirigentes a um forte desinvestimento na equipa de futebol e à saída das principais figuras da época passada, como Nilson, João Paulo, Bruno Teles, Pedro Mendes, João Alves, Nuno Assis ou Edgar.

Com cerca de 26 mil sócios, o Vitória é uma das principais "bandeiras" de Guimarães, cidade que se une em torno do clube nos bons e, sobretudo, nos maus momentos, num fenómeno associativo raro em Portugal.

As comemorações do 90.º aniversário iniciam-se com o hastear da bandeira no complexo desportivo do clube, no sábado, às 10h00, informou o Vitória no seu sítio oficial na internet.

Uma hora depois, há uma missa cerimonial na Igreja S. Domingos e, à tarde, os responsáveis do clube deslocar-se-ão ao cemitério da Atouguia, lembrando os associados e dirigentes já falecidos.

Aí será prestada uma homenagem a Custódio Garcia, sócio benemérito do clube, desaparecido no ano passado.

As celebrações vão estender-se ao longo do próximo ano, tendo a direção do clube entendido retomar a tradição da entrega dos emblemas de 25 e 50 anos de filiação no mês de dezembro, naquele que será o momento alto destas comemorações.