Angola qualificou-se, na tarde deste domingo, para o CAN 2013, ao vencer o Zimbabué por 2-0, em partida disputada no Estádio 11 de Novembro, em Luanda. Manucho foi o homem do jogo, ao apontar os dois golos da vitória.
A história não jogava a favor dos "palancas negras", que em 18 jogos com os "guerreiros", tinham vencido cinco, empatado quatro e perdido em oito ocasiões. Mas a entrada de Angola não podia ter sido melhor. Dois golos em menos de seis minutos mostravam que a estatística não ganha nada e que os angolanos estavam determinados a dar a volta à eliminatória.
Aos 4´, Djalma apontou um canto, no lado direito do ataque, e Manucho correspondeu da melhor maneira ao cruzamento, inaugurando o marcador com um golo de cabeça. Passados dois minutos, a mesma dupla provocou uma explosão de alegria nos Estádio 11 de Novembro. Depois de uma boa jogada pelo lado esquerdo, Djalma fez um cruzamento exemplar e Manucho voltou a marcar de cabeça.
Estava feito o mais difícil. Um dos resultados que permitiam o apuramento dos "palancas" era precisamente o 2-0. Mas ainda faltava muito jogo. A seguir aos golos angolanos, o Zimbabué tentou responder, mas a equipa parecia "atordoada" com a entrada de Angola e só conseguia chegar à área de Lamá através de jogadas de contra-ataque. Foi assim que, aos 16 minutos, fez o primeiro remate perigoso, mas que não passou disso mesmo.
Aos 21 minutos, o selecionador de Angola, Gustavo Ferrin, teve o primeiro problema. Zuela saiu lesionado e para o seu lugar entrou Bastos. Mas a alteração forçada não alterou a atitude combativa dos angolanos. O Zimbabué tinha mais posse de bola, mas não tinha determinação e criatividade quando chegava perto da área contrária. A solidariedade e união do conjunto angolano levavam a melhor face às tentativas dos atacantes do Zimbabué.
Nos últimos minutos do primeiro período, a frente de ataque de Angola provocava problemas aos adversários. Djalma era o exemplo perfeito do perigo angolano. Quando acelerava, normalmente pelo lado esquerdo, causava pânico nos defesas que o tentavam travar. As combinações do jogador do FC Porto, que está emprestado à equipa turca do Kasimpasa, com Manucho e Mateus eram o melhor futebol que se podia ver no 11 de Novembro.
O Zimbabué tentou, mas não conseguiu ser superior ao conjunto angolano na primeira parte e o jogo foi para intervalo com a vantagem angolana no marcador.
O terceiro golo acalmava mas assim também dá
Os jogadores de Angola voltaram dos balneários com a mesma dedicação do início da partida. Angola entrou de novo melhor no jogo. Solidária no meio-campo e na defesa, e com jogadas rápidas de Manucho e Djalma, os "palancas" não permitiam ao Zimbabué atacar sem se preocupar com a defesa.
Os avançados angolanos conseguiam com alguma frequência soltar-se dos marcadores e causavam "ataques" nas bancadas, já que o terceiro golo podia acalmar adeptos e jogadores.
Um dos momentos em que Angola podia ter "arrumado a questão" foi logo a abrir o segundo tempo. Djalma marcou um livre (47') e Manucho, com tempo e espaço para fazer o golo, acabou por falhar.
Aos 60', o Zimbabué causou perigo. Um cruzamento do lado direito apanhou a defesa angolana desconcentrada, mas o remate do avançado saiu sem êxito. Dois minutos depois, Mateus teve de novo uma oportunidade para sentenciar o encontro. Djalma arrancou do lado direito, fez o passe para o colega, que entrou na área e rematou para defesa de Sibanoa.
Angola jogava com o coração. Nos últimos 20 minutos, a equipa ficou partida. Tentava a todo o custo (e conseguia) deter os ataques do adversário e depois desenhava, com pouca calma, o contra-ataque.
O Zimbabué teve, aos 72', a sua melhor ocasião no segundo tempo. Cruzamento do lado esquerdo, a defesa angolana ficou a "dormir", mas os avançados zimbabueanos atrapalharam-se e não conseguiram fazer melhor do que rematar para fora.
Angola mostrava pouca calma e um golo do Zimbabué mudava tudo. Aos 82', uma falha na defensiva angolana provocou um momento de tensão para as aspirações dos "palancas". Lamá, intranquilo, facilitou, mas depois conseguiu agarrar a bola. Faltavam menos de 10 minutos para o final do encontro e o guarda-redes segurava o esférico e a preciosa vantagem.
Nos últimos minutos, o Zimbabué tentava, através de jogo direto, chegar com perigo à área angolana, mas estas tentativas foram, como em todo o jogo, infrutíferas. Os "palancas" podiam ter feito o terceiro golo, que dava tranquilidade à equipa, mas este resultado também permitiu atingir o objetivo.
Angola conseguiu assim a sua quinta presença consecutiva numa fase final de um CAN e mostrou que a história continua a não ganhar eliminatórias.
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