Dirigentes desportivos e técnicos de futebol residentes na província da Huíla aconselharam hoje, no Lubango, a Federação angolana da modalidade a ponderar e recuar na decisão de substituição do técnico nacional, Romeu Filemon, para a estabilidade da seleção nacional de Angola.
Em declarações à Angop, para se pronunciarem sobre o afastamento temporário do técnico, este domingo, “por ausência injustificada” dos trabalhos com vista ao CHAN2016, no Rwanda, consideraram a medida severa, uma vez faltarem poucos dias para a realização da competição.
Para o diretor administrativo do Desportivo da Huíla, Ezequias Domingos, é preciso que haja equilíbrio na forma de reagir, pois o técnico deve ter uma razão para falhar o único treino marcado para sábado passado.
Afirmou que a Federação Angola de Futebol, antes de tomar a medida de substituição da equipa técnica, deveria conversar com o técnico, para evitar situações que podem prejudicar a boa participação da seleção nacional no CHAN2016.
Por sua vez, Francisco João, vice-presidente do Benfica do Lubango, realçou que esta medida de substituição embora seja com treinadores que já fazem parte da seleção, vai tirar o ritmo de treinos aos atletas, uma vez que Romeu Filemon já havia traçado planos.
O técnico Jorge Nito lamentou a situação e considerou que os dirigentes da FAF deveriam ponderar, para que Romeu Filemon continue a desenvolver o seu trabalho, que, para ele, tem sido positivo.
Já Lacerda Chipongue, adjunto de Ivo Traça no Desportivo da Huíla, disse que a medida só vem demonstrar que a FAF continua com sérios problemas, pois "não se admite" numa altura desta o treinador é substituído temporariamente, "por questões que são sanáveis".
Enquanto isso, em Luanda, o dirigente Norberto de Castro, presidente do clube com o mesmo nome, reprovou a forma como a Federação suspendeu o selecionador nacional.
Em declarações hoje à Angop, o dirigente disse que não é a forma adequada para se despedir o treinador por ter chegado atrasado ao local da concentração.
‘’(...) Sinceramente não é por chegar tarde que se despede alguém nestas condições em qualquer ponto do mundo. Nós temos de ser mais claros e objetivos: isso só acontece por ele ter dito a verdade por reclamar os seus salários. O que ele disse é verdade, ninguém consegue ficar oito meses sem os seus ordenados, o que também provoca um fraco desempenho dos próprios atletas’’, disse.
Foi substituído provisoriamente pelos seus adjuntos, José Kilamba e André Makanga até a realização do inquérito.
A seleção nacional segue quarta-feira para Joanesburgo, onde vai cumprir estágio de duas semanas, antes da competição a disputar-se de 16 de Janeiro a 07 de Fevereiro, no Ruanda.
A competição ruandesa será disputada de 16 de Janeiro a sete de Fevereiro, Angola integra o grupo B, com as seleções do Congo Democrático, Etiópia e Camarões.
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