Tal como em 1983, Moçambique volta a falhar uma qualificação para um Campeonato Africano das Nações após ter ganho vantagem inicial em casa e baquear no terreno alheio. Pois, os “mambas” não foram além de uma derrota por 0-4 que conjugada com a vitória de Maputo por 2-0, colocou o agregado em 4-2 favorável a Marrocos que assim vai estar no CAN 2013 na África do Sul.

Os adeptos moçambicanos voltaram a viver o pesadelo de 1983, quando os "mambas" consentiram uma pesada derrota por 4-0 frente aos Camarões, após vitória por 3-0 em Maputo, falhando dessa forma a qualificação para a CAN de 1984.

Se em 1983 Moçambique baqueou perante uma seleção em que perfilavam estrelas do futebol africano como Roger Milla e Thomas Nkono, que acabaram tendo grande influência na viragem do jogo, o mesmo não se pode dizer deste afastamento para o CAN 2013.

É que desta vez faltou competência por parte da equipa técnica chefiada por Gert Engels para conseguir assegurar a vantagem de Maputo, perante uma equipa que apesar de ter jogadores com experiência internacional e que militam na Europa, não está no seu melhor e mais temível nível.

O treinador alemão fez escolhas para este jogo que deixaram a desejar, ao optar por alguns jogadores que acabaram por ter prestações abaixo do que lhes é habitual. Um dos exemplo é a chamada/utilização de Paíto, jogador que não tem clube e que está sem competir, mas que constou das apostas do seleccionador de Moçambique.

Gert Engels deixou-se influenciar por interesses obscuros de alguns Agentes FIFA que o pressionam no sentido de colocar em campo os jogadores por si representados para lhes dar maior visibilidades, mesmo que não estejam nas melhores condições para representarem a selecção nacional.

A eliminação de Moçambique é o corolário da desorganização do futebol nacional, com destaque para a Federação Moçambicana de Futebol cuja gestão há muito que é contestada pelos amantes da “bola indígena”.

Aliás, desde a escolha da nova equipa técnica, passando pelas escolhas dos locais da realização dos estágios e jogos amigáveis que o elenco presidido por Faizal Sidat tem denotado não ter capacidade para levar o futebol nacional a bom porto.

Com esta eliminação, Moçambique falhou uma oportunidade para expor os jogadores moçambicanos na maior montra do futebol africano, facto que vai contribuir para que cada vez menos jogadores sejam exportados para as melhores praças futebolísticas internacionais.

Aos “mambas” resta agora tentar a qualificação para próximo o CAN Interno, tendo em conta que a campanha para a qualificação para o Mundial 2014 iniciou de forma titubeante, com uma derrota no Egito e empate com o Zimbabwe.